O presidente Jair Bolsonaro lamentou na madrugada desta quarta-feira (5/5) a morte do humorista, ator, diretor e apresentador Paulo Gustavo, de 42 anos, vítima da covid-19. "Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid", escreveu em sua página no Twitter.
O mandatário não se manifestou sobre morte de figuras políticas ao longo da pandemia da doença que matou 411 mil pessoas no Brasil. Um caso recente é do então senador Major Olímpio, que já foi aliado do presidente. Ele morreu em março deste ano, vítima da covid-19.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, também se pronunciou pelas redes sociais sobre a morte de Paulo Gustavo. "Meu sentimentos aos familiares e amigos do ator Paulo Gustavo. Que Deus conforte a todos. Admirava seu trabalho, seu bom humor e alto astral eram contagiantes. Fará muita falta", escreveu.
A morte de Paulo Gustavo tem gerado muita repercussão entre artistas, políticos e a população em geral. Ele foi internado no dia 13 de março, e estava lutando contra a doenças e complicações decorrentes dela desde então. Durante o período de internação, ele chegou a apresentar melhora.
Na tarde do último domingo (2/5), a equipe que o acompanhava diminuiu o nível de sedação do ator, o que permitiu que Paulo acordasse e interagisse com o marido dele, o dermatologista Thales Bretas, e com médicos. No entanto, o caso do ator regrediu na noite deste mesmo dia quando "houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais" após uma embolia gasosa disseminada causada por uma fístula bronquíolo-venosa.
CPI
O Palácio do Planalto enfrenta momento difícil com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que apura ações e possíveis omissões do governo federal no âmbito da pandemia, além dos recursos da União destinados a estados e municípios para combate à pandemia.
O presidente é criticado por especialistas e políticos de centro e oposição por ter, ao longo da crise sanitária, minimizado o cenário crítico e por ter descredibilizado a vacina contra a covid-19. Em outubro do ano passado, por exemplo, ele desautorizou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello quando a pasta anunciou a intenção de adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. "Não será comprada", disse sobre o imunizante que chamava de "vacina chinesa de João Doria (governador de São Paulo)".
Nesta terça-feira (4), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi ouvido na CPI. Dentre as informações repassadas pelo ex-ministro, ele afirmou que o governo não quis fazer campanha oficial contra a covid-19, que a dubiedade de recomendações entre o Ministério da Saúde e o presidente confundiu a população e que o presidente sabia que a ordem para aumentar a produção de cloroquina (medicamento sem eficácia comprovada contra a doença) poderia configurar improbidade administrativa.
Correio Braziliense
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