O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski pediu acesso aos relatórios de perícia produzidos pela Polícia Federal sobre os diálogos entre procuradores da Lava-Jato obtidos por meio de um ataque hacker, apreendidos pela PF na Operação Spoofing.
O pedido ocorre dois dias após a revelação de um relatório da PF que apontou não ser possível "presumir" a autenticidade dos diálogos entre os procuradores porque a perícia não confirmou a ausência de manipulações no material. O delegado Felipe Leal, que assinou o documento, foi tirado do seu cargo pela nova direção da PF nesta quarta-feira.
O ministro determinou ao juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Ricardo Leite, que forneça cópia de todas as perícias feitas nas mídias apreendidas com o hacker Walter Delgatti Neto, autor das invasões contra autoridades públicas. Solicitou também acesso à "perícia conclusiva englobando todo o material apreendido", ao relatório final produzido pela PF e à denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal neste caso.
Lewandowski deu a determinação após a defesa do ex-presidente Lula ter solicitado o trancamento de três ações penais movidas contra ele pela Lava-Jato do Paraná, uma sobre o sítio de Atibaia e duas outras sobre o Instituto Lula. A defesa do petista argumentou que as mensagens demonstraram um conluio e a manipulação no sistema de contabilidade paralela na Odebrecht, o que impediria seu uso como prova de acusação contra o petista.
Também nesta quarta-feira, a defesa do ex-presidente Lula apresentou laudo feito por seu perito no qual ele aponta que alguns arquivos encontrados dentro dos diálogos obtidos pelo hacker não apresentaram nenhuma alteração. A defesa argumenta que isso seria a comprovação da autenticidade de todas as mensagens, embora o perito não tenha apresentado informações sobre os arquivos onde se encontravam os diálogos.
O Globo
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