Após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, anteontem, que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial ao julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, os ataques à Operação Lava-Jato devem ficar em segundo plano nos discursos do petista. As críticas à força-tarefa de Curitiba foram constantes nas manifestações públicas de Lula de 2016 para cá. Como sinal da nova postura, até ontem à noite, o ex-presidente ainda não havia feito qualquer comentário sobre o julgamento no STF.
No último dia 10, quando convocou uma entrevista coletiva para tratar da decisão do ministro Edson Fachin de anular as suas condenações na Justiça Federal do Paraná, Lula afirmou:
— A Lava-Jato desapareceu da minha vida.
Ênfase à pandemia
O ex-presidente, apesar de ter atacado a operação na ocasião, deu ênfase às críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro e aos problemas provocados pela pandemia do coronavírus.
— No discurso (do dia 10) em São Bernardo, ele (Lula) falou sobre vacina, máscara, distanciamento social, auxílio emergencial e apoio aos empregos. Deu um roteiro importante para o Brasil. Acho que é a isso que ele vai se dedicar — afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT.
Apesar do silêncio de Lula, a parcialidade de Moro foi comemorada entre os petistas. A avaliação é que a decisão da Segunda Turma consolida o discurso adotado desde que foram divulgadas as primeiras informações sobre as investigações contra o líder petista.
A decretação da parcialidade de Moro pelo Supremo deverá ser usada para responder questionamentos sobre a conduta do petista, durante o processo eleitoral de 2022. Entre dirigentes do PT, a candidatura de Lula é dada como certa.
Por enquanto, o ex-presidente deve manter o discurso de que 2022 não pode ser tratado antes de 2021, com ênfase nos problemas enfrentados pelo país. Ele também evitará se colocar explicitamente como candidato.
Quando receber a segunda dose da vacina contra o coronavírus, na metade de abril, segundo cronograma do governo de São Paulo, Lula pretende começar a viajar pelo país. O Nordeste deve ser o primeiro destino.
O Globo
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