O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou nesta sexta-feira (26), em Tianguá, no Ceará, da assinatura da retomada de obras viárias em cidades do interior e na Grande Fortaleza. A visita ao Ceará ocorre em meio ao aumento de casos de coronavírus no estado e, por isso, foi alvo de crítica do governador Camilo Santana (PT), que informou que não iria participar do evento.
Bolsonaro criticou a adoção de medidas restritivas por estados, mesmo com mais um recorde de mortes por Covid-19 no país. "Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que seu povo quer. Não me critiquem, vão para o meio do povo mesmo depois das eleições”, afirmou o presidente. O Brasil registrou 1.582 mortes nas últimas 24 horas.
Aglomeração
Por volta das 15h, dezenas de apoiadores já se aglomeravam à espera do presidente no km 29 da BR 222, em Caucaia, na Grande Fortaleza, para a segunda parte da visita ao Ceará. Depois da cerimônia em Tianguá, Bolsonaro visita obras da duplicação da rodovia e o anel viário que liga Caucaia ao Porto do Pecém. O trânsito é intenso na via. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão no local.
Bolsonaro discursou para uma multidão aglomerada na praça principal de Tianguá pela manhã. Grades que cercavam o local foram retiradas um pouco antes da cerimônia, e o público correu para próximo da tenda em que foi assinada a ordem de serviço da obra da Travessia Urbana de Tianguá, na BR-222.
O presidente desembarcou no aeroporto de Parnaíba, no Piauí, por volta das 11h; lá, conversou com apoiadores que se aglomeravam ao seu redor. Em seguida, a comitiva presidencial partiu em dois helicópteros para Tianguá.
Na quinta-feira (25), o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou em rede sociais que não estaria presente no evento e, sobre a visita, disse "não compactuar com o que considera um grave equívoco". As mortes pela doença crescem no Ceará desde dezembro, e o Brasil teve nesta quinta-feira (25) recorde de óbitos registrados em um único dia: 1.582.
Já o Ministério Público Federal no Ceará recomendou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e às prefeituras de Fortaleza, Horizonte e Tianguá que evitassem multidões na visita do presidente. "Os números da pandemia em todo estado inspiram atenção redobrada, permanecendo o isolamento social como política pública mais eficiente e indispensável no combate à disseminação do vírus", disse o MPF.
Esta é segunda visita de Bolsonaro ao Ceará como presidente. Em setembro de 2020, já durante a pandemia, o presidente participou de ato sem usar máscara e em meio a uma multidão. Em visitas presidenciais recentes, como a que fez no Acre na quarta (24), também houve aglomeração de pessoas: em Sena Madureira, a comitiva presidencial circulou em carro aberto e a população acompanhou o trajeto.
'São 2 Poderes no Brasil', diz presidente
No discurso em Tianguá, o presidente elogiou parlamentares e a proximidade entre o Executivo e o Legislativo.
“Quando me refiro a vocês, eu digo que não somos três poderes do Brasil, somos dois poderes, o Executivo e Legislativo trabalham juntos, um nada faz sem o outro”
Sem citar diretamente o governador Camilo Santana, Bolsonaro disse: “Aos políticos que me criticam, sugiro que façam o que eu faço.”
Também participaram do evento o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas e o diretor-geral do Dnit, Antônio Leite dos Santos Filho, além de prefeitos e líderes regionais.
Obras no Ceará
Durante a cerimônia da qual participou Bolsonaro, foram assinadas as ordens de serviço das seguintes obras:
Em janeiro, a TV Verdes Mares mostrou em reportagem a buraqueira do trecho que vai receber melhorias em Tianguá.
G1
Portal Santo André em Foco
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