O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (19), em visita a Sertânia (PE), que a política de preços de combustíveis da Petrobras "não vai continuar sendo um segredo de estado" e que "exige e cobra transparência de todos aqueles que tem a responsabilidade de indicar". A declaração ocorre um dia após ele criticar a estatal em uma live e informar que a partir de 1º de março o imposto sobre o preço do diesel será zerado por dois meses.
Na quinta-feira (18), mesmo reafirmando que a empresa tem autonomia, o presidente disse que "algo vai acontecer" na Petrobras nos próximos dias.
A declaração sobre a redução do tributo do diesel nas refinarias por 60 dias já causa instabilidade nos mercados, já que medida causará impacto bilionário nas contas do governo. A estimativa de perda de arrecadação não foi informada, nem como ela ser compensada nas contas públicas.
"Nesses dois meses traremos medidas que possam trazer conforto na questão de combustíveis no Brasil. É isso que queremos... se lá fora aumenta o preço do barril do petróleo e aqui dentro o dólar está alto, sabemos de suas repercussões no preço do combustível, mas isso não vai continuar sendo um segredo de estado, exijo e cobro transparência de todos aqueles que tenho responsabilidade de indicar", disse em Pernambuco sem detalhar quais ações deve adotar efetivamente sobre a Petrobras.
O atual presidente da estatal é o economista Roberto Castello Branco, indicado para o cargo pelo presidente, e que considera que o preço dos combustíveis "não é caro nem barato, é preço de mercado”.
A disparada no preço dos combustíveis preocupa o Palácio do Planalto. Gasolina e diesel caros são considerados, politicamente, ruins para a popularidade do governo. Além disso, preços altos podem significar um entrave para setores que dependem de transporte – ainda mais, em um momento em que a economia sofre para retomar o crescimento em meio à pandemia.
Bolsonaro considera que o último reajuste de preço da Petrobras foi “fora da curva” e busca uma solução para atender principalmente ao interesse dos caminhoneiros.
“Teve um aumento, no meu entender, aqui, eu vou criticar, um aumento fora da curva da Petrobras. 10% hoje na gasolina e 15% no diesel. É o quarto reajuste do ano. A bronca vem sempre para cima de mim, só que a Petrobras tem autonomia”, afirmou na live na quinta.
G1
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