Líderes religiosos protocolaram nesta terça-feira na Câmara dos Deputados o 62º pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. No documento, os religiosos afirmam que a pandemia "escancarou o desprezo do atual governo pela proteção à saúde da população e evidenciou condutas criminosas".
"O avanço sobre os pilares da democracia prosseguiu com mais intensidade com a chegada ao Brasil da pandemia da Covid-19. Ciente de antemão da incapacidade de seu governo gerir essa enorme crise sanitária e, igualmente, os impactos econômicos imediatamente projetados, Bolsonaro deu início a um festival de desinformação, de desorganização administrativa e de renovação de ataques aos entes subnacionais, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal", escrevem.
A peça, elaborada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, é assinada por 380 pessoas, entre elas pastores, bispos, padres e frades. São religiosos ligados a igrejas cristãs, como anglicanas, luteranas, presbiterianas, batistas, metodistas, católicas e 17 movimentos cristãos. O anúncio do protocolo do pedido de impeachment foi feito em um ato no Salão Verde da Câmara.
Entre os que assinam o documento de 74 páginas estão a Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (Anneb), Cristãos Contra o Fascismo, Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep) e Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP). Confira no fim do texto a lista completa.
"Os cidadãos e cidadãs religiosos/as que decidiram denunciar Jair Bolsonaro por seus delitos acreditam que somente o seu afastamento e a responsabilização jurídico-política de todos os representantes de seu governo, que levam adiante as políticas destrutivas representadas pelo seu projeto político, são capazes de recolocar o país nos trilhos da observância e do predomínio da Constituição da República", escrevem.
Dos 62 protocolados desde o início do mandato de Bolsonaro, 56 estão ativos. Os outros cincos foram arquivados ou não aceitos, sem que o mérito fosse analisado. Cabe ao presidente da Câmara decidir se aceita ou não um pedido desse tipo.
Confira quem assina o pedido
O Globo
Portal Santo André em Foco
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