O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cobrou do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) 'dignidade para defender a vacina CoronaVac' e agilidade do Itamaraty para viabilizar a vinda de matéria-prima da China para dar continuidade à produção do imunizante contra a Covid-19. A fórmula é a única sendo aplicada até o momento na população brasileira.
A declaração foi dada na manhã desta terça-feira em um evento em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que também teve a participação do governador João Doria (PSDB)
"Se a vacina agora é do Brasil, o nosso presidente tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar, inclusive, apoio, pro seu Ministério de Relações Exteriores na conversa com o governo da China. É o que nós esperamos”, disse Dimas Covas.
O Brasil tem seis milhões de doses prontas da vacina que pode ser fabricada pelo Butantan. Os imunizantes distribuídos aos estados desde segunda (18) vieram do país asiático, sede da farmacêutica Sinovac, parceira do instituto ligado ao governo de São Paulo. O temor é que, sem o insumo, as doses da Coronavac acabem ainda neste mês. Secretários estaduais da Saúde disseram nesta segunda-feira que há risco de o primeiro lote, em alguns estados, só durar uma semana.
O princípio ativo para a produção da vacina é importado da China. O Brasil tem enfrentado dificuldade para a aquisição.
Na sede do Butantan, há, ainda, outras 4,8 milhões de doses fabricadas no Brasil, que aguardam a liberação da Anvisa. Sem os insumos a produção pode parar.
“Então, essa demora com relação à vinda dessa matéria-prima, eu espero que fique agilizada agora com a aprovação de uso emergência pela Anvisa, porque agora é outro status, né? E pela própria incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunização", disse o diretor do Butantan.
O Globo
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