Questionado sobre o aumento da conta de luz, o presidente Jair Bolsonaro se defendeu nesta terça-feira dizendo que os reservatórios estão com "níveis baixíssimos" e que, se nada fosse feito, haveria um risco de apagão.
Bolsonaro também defendeu uma campanha contra o desperdício de energia elétrica. O aumento nas contas foi anunciado na segunda-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e começa a valer a partir desta terça-feira.
Em uma publicação de Bolsonaro no Facebook, sobre outro assunto, uma pessoa criticou o aumento. "A conta de luz vai aumentar. Obrigado PR", ironizou.
Bolsonaro, então, defendeu a decisão da agência.
"As represas estão (com) níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício......", escreveu o presidente.
Em reunião extraordinária, os diretores da Aneel decidiram retomar a cobrança das bandeiras tarifárias nas contas de energia e também já decidiram acionar a bandeira vermelha no segundo patamar, a mais alta categoria desse sistema. A taxa extra será de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
A decisão ocorre porque o nível dos reservatórias de algumas usinas hidrelétricas está muito baixo. Isso obriga o governo a acionar usinas térmicas, que têm custo mais alto. Esse custo extra é repassado ao consumidor.
Em maio, a Aneel tinha anunciado que não haveria cobrança de taxa extra até o fim de dezembro por causa da pandemia do novo coronavírus.
Os valores das bandeiras tarifárias são atualizados todos os anos e levam em consideração parâmetros como estimativas de mercado, inflação, projeção de volume de usinas hidrelétricas, histórico de operação do Sistema Interligado Nacional.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas térmicas, que é mais cara do que a de hidrelétricas.
A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.
Quando chove menos os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais térmicas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.
O Globo
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