Manifestantes se reuniram neste domingo em atos de apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro , à Operação Lava-Jato e ao governo de Jair Bolsonaro em várias cidades pelo Brasil. Os protestos ocorreram em 88 cidades de 26 estados e Distrito Federal.
No Rio, os manifestantes se concentraram na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Os apoiadores do governo Bolsonaro estenderam cartazes e faixas de apoio à força-tarefa da Operação Lava-Jato e à pautas do governo federal.
Centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo, portando cartazes e bandeiras com frases como "In Moro we trust" e mensagens de repúdio ao Congresso, ao "centrão" e ao Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram na avenida Atlântica, na altura do posto 5 . O ato em apoio ao governo de Jair Bolsonaro começou por volta das 10 horas.
Até às 12 horas, nem o 19° Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pela área, nem a Guarda Municipal tinham uma estimativa de quantas pessoas ocupam o trecho entre os postos 4 e 5.
Apoiadores do governo e de Moro também se manifestaram em Brasília, onde ocuparam o gramado em frente ao Congresso Nacional. No gramado em frente ao Congresso, quatro bonecos infláveis foram erguidos : um com Moro vestido de superhomem; outro com Lula vestido de presidiário; mais um com Gilmar Mendes sendo representado como um aliado do PT; e outro com o personagem batizado de "privileco", um servidor contrário à reforma da Previdência.
Os atos também foram convocados em apoio à reforma da Previdência, ao pacote anticrime de Moro. Há também cartazes com críticas à ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a políticos e de apoio ao pacote anticrime de Moro.
Ato de apoio à Lava-Jato em Brasília Foto: Bruno Góes/Agencia O Globo
Em Brasília, a deputada federal Kátia Sastre (PL-SP) pediu a prisão do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, na manifestação a favor da Lava-Jato. Após discursar em um dos seis carros de som estacionados em frente ao Congresso Nacional, ela foi aplaudida pelos manifestantes. Outros parlamentares usaram o palanque para criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Poder Legislativo.
Em Belo Horizonte, os manifestantes se concetraram na Praça da Liberdade, na região da Savassi. Atos também foram registrados em Salvador, onde apoiadores do governo se reuniram no Farol da Barra, Belém, no Pará, São Luís, no Maranhão, e cidades do interior de São Paulo.
No fim da tarde, o presidente Jair Bolsonaro cumprimentou os manifestantes por sua "civilidade". Bolsonaro afirmou que a população mostrou "legitimidade, consciência e responsabilidade" para participar de decisões políticas.
"Aos que foram às ruas hoje manifestar seus anseios, parabéns mais uma vez pela civilidade. A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil", escreveu o presidente, em uma rede social.
MBL e Direita SP brigam na Avenida Paulista
Uma confusão entre integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) com representantes do grupo Direita SP marcou o início do ato em defesa da Lava-Jato e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na Avenida Paulista, em São Paulo. A briga começou quando integrantes do Direita SP se aproximaram do palanque do MBL e começaram a xingar os representantes do movimento, usando amplificadores de voz.
O deputado estadual Arthur do Val (DEM), conhecido por seu canal ‘Mamãe Falei’, no YouTube, desceu do palanque e foi em direção aos representantes do Direita SP, iniciando um tumulto. A Polícia Militar teve que intervir e separar os grupos. No palanque, líderes do MBL pediam para que a briga se encerrasse e que a direita se unisse "em prol de um Brasil maior". Com a intervenção policial, os militantes do Direita SP deixaram o local.
— Os caras vieram até aqui para xingar o MBL, mas já acabou, assunto encerrado — minimizou o deputado depois da confusão.
Dezenas de manifestantes pediam para tirar fotos com o deputado. Um deles pediu a ele para "desmascarar o Glenn", numa referência ao fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald. O veículo está publicando reportagens sobre mensagens privadas de procuradores da Lava-Jato e o ex-juiz Sergio Moro.
'Eu vejo, eu ouço'
O ministro Sergio Moro compartilhou na manhã deste domingo um vídeo do ato em Copacabana. Moro escreveu na publicação: "Eu vejo, eu ouço. Apoiadores da Lava Jato realizam manifestações em diversos estados". Os manifestantes foram às ruas em apoio ao ministro, à Lava-Jato e ao governo de Jair Bolsonaro.
Eu vejo, eu ouço.
"Apoiadores da Lava Jato realizam manifestações em diversos estados" https://t.co/XFUHD7NVdG
— Sergio Moro (@SF_Moro) 30 de junho de 2019
À tarde, Moro voltou a tuitar. Desta vez, uma foto da concentração da manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo.
Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro. pic.twitter.com/K2Oa61jb7F
— Sergio Moro (@SF_Moro) 30 de junho de 2019
No começo da noite, o ministro escreveu ainda que atuou com correção e agradeceu o apoio. "Sempre agi com correção como juiz e agora como ministro. Aceitei o convite para o MJSP para consolidar os avanços anticorrupção e combater o crime organizado e os crimes violentos. Essa é a missão. Muito a fazer", escreveu.
Moro, no mesmo texto, criticou o The Intercept Brasil. "Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio", escreveu o ministro.
O Globo
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