O presidente Jair Bolsonaro, em vídeoconferência na 12ª cúpula de líderes dos Brics nesta terça-feira (17), defendeu a reforma de três organismos internacionais: OMS (Organização Mundial de Saúde), da OMC (Organização Mundial do Comércio) e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Bolsonaro também cobrou dos países participantes do bloco econômico empenho para a entrada de alguns de seus representantes no Conselho de Segurança.
"Assim como os Brics alcançam consensos e opiniões comuns em diversos temas, também é preciso que se coordenem para apoiar as legítimas aspirações de Brasil, ìndia e África do Sul a assentos permanentes no Conselho de Segurança."
O bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que juntos são responsáveis por 23% do PIB mundial e têm 30% do terrítório habitável do planeta.
No início de seu discurso, o presidente brasileiro afirmou que o país também busca e trabalha para ter uma vacina própria contra a covid-19 e está empenhado em reduzir as emissões de carbono.
De acordo com o presidente, o assunto meio ambiente é importante para seu governo por causa de, segundo ele, "injustificáveis ataques que nós recebemos no tocante á nossa região amazônica".
Nesse momento, Bolsonaro fez uma ameaça aos países críticos à atuação nacional na preservação da floresta.
"A nossa Polícia Federal desenvolveu agora a utilização de isótopo-estável, tipo DNA, para permitir a localização da origem da madeira apreendida e exportada. Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa, atráves da imensidão que é a região amazônica, porque daí estaremos mostrando que esses países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão."
Ele acredita que essa divulgação deve ajudar a reduzir o comércio de madeira ilegal na região.
Bolsonaro atacou novamente o organismo da ONU responsável pela área de Saúde, como já fez algumas vezes este ano. "Desde o início [da pandemia] também critiquei a politização do vírus e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS, Organização Mundial de Saúde, que necessita urgentemente de reformas."
Na visão do chefe do Executivo nacional, "não foram os organismos internacionais que superaram os desafios" impostos pela pandemia, mas sim a coordenação entre os países e o trabalho das instituiçoes nacionais e dos "dedicados profissionais da área médica".
Ele ainda defendeu, no fim de sua fala, a revisão do formato e das funções da OMC e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"A reforma da OMC é fundamental para a retomada do crescimento econômico global. É necessário prestigiar propostas de redução dos subsídios para bens agrícolas com a mesma ênfase que alguns países buscam promover o comércio de bens industriais", opinou.
Em sua argumentação em que pede para ser revisto o papel do Conselho de Segurança, ele declarou que o Brasil lutará para que prevaleça no mundo pós-pandemia um sistema internacional pautado pela liberdade, pela transparência e pela segurança.
"Náo há exemplo mais claro da necessidade de democratizar a governança internacional do que a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou, sem detalhar exatamente o que deveria ser mudado no organismo.
R7
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