O Brasil deveria ser recompensado financeiramente pela preservação ambiental da Amazônia, afirmou o vice-presidente da República e coordenador do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, nesta quarta-feira (11).
"O mundo precisa da Amazônia, a Amazônia tem uma papel fundamental na climatologia mundial e também fundamental na questão, vamos dizer, da diminuição da poluição existente na nossa atmosfera e, ao mantermos essa vastidão em torno de 3,8 milhões de quilômetros quadrados sem que seja devastada ou destruída, é necessário que a gente seja compensado por isso", afirmou em live promovida pela FCCE (Federação das Câmaras de Comércio Exterior)
Segundo Mourão, nas discussões sobre o Acordo de Paris e no fórum global do clima do próximo ano o Brasil tem de apresentar uma posição clara de que é credor nessa questão.
O vice-presidente afirmou ainda que pretende ao longo do ano de 2021 obter êxito na questão da regularização fundiária na Amazônia e destacou que no colegiado que coordena foi construída uma base para o planejamento estratégico com três linhas de atuação: proteção, preservação e desenvolvimento da região.
Mourão foi escalado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para melhorar a imagem do Brasil na área ambiental, depois que o aumento nas queimadas e no desmatamento na região, constatado por dados oficiais, motivou críticas dentro e fora do país.
Biden
Mourão afirmou que, a se confirmar a eleição do candidato democrata a presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o futuro ocupante da Casa Branca terá "uma série de problemas" a resolver antes de discutir a questão da preservação da Amazônia brasileira.
"Uma vez confirmada a eleição do Biden, porque o processo eleitoral americano é distinto do nosso, ainda tem algumas contestações em vigor, mas confirmado isso aí eu vejo que, num primeiro momento, o Joe Biden tem uma série de problemas a solucionar", disse ele.
Entre os ditos problemas dos EUA, Mourão citou a questão da China, da Europa Ocidental, a presença dos norte-americanos em organismos multilaterais, a pandemia de covid-19, com o país passando por uma segunda onda, a divisão no país após uma eleição apertada.
"Nós temos uma área central americana, integrada pelas aquelas famílias familias brancas, acreditam na questão religiosa, contra aborto, acreditam na liberdade de portar arma, tem grupos raciais que acreditam na supremacia branca totalmente em descompasso com as duas costas Leste e Oeste, isso é um problema interno nos EUA que o Biden terá de ter soluções para isso e ser capaz de vencer" detalhou.
O vice-presidente disse também que Biden terá de resolver questões ambientais internas e mencionou a prática do fracking, usado para a extração em solo norte-americano de petróleo e gás de xisto, que seria antiambiental. Segundo Mourão, cabe ao Brasil mostrar aos demais países ações efetivas e não ficar apenas na retórica.
"Se nós nos mantivermos dessa forma, nós vamos deixar muito claro para a comunidade internacional, especificamente a um possível novo governo americano, os nossos compromissos com os acordos firmados pelo governo brasileiro", destacou.
Durante debate na campanha presidencial norte-americana, Biden disse que a floresta tropical do Brasil "está sendo destruída" e propôs reunir outros países para garantir 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia. "Aqui estão 20 bilhões de dólares. Parem de destruir a floresta e se não pararem, então enfrentarão consequências econômicas significativas", disse o democrata.
Reuters
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