O MPF (Ministério Público Federal) denunciou, na última sexta-feira (6), os ex-deputados federais Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Lyra Alves por improbidade administrativa.
Os ex-parlamentares são processados pela força-tarefa do MPF, a Greenfield, com base em provas obtidas na operação Sépsis, que revelou desvio de recursos do Fundo de Investimentos no FGTS.
Os procuradores apontam enriquecimento ilícito e atos que atentaram contra a administração pública. Se condenado, Cunha deverá devolver R$ 20 milhões e Henrique Alves, R$ 5 milhões.
De acordo com a Greenfield, os ilícitos ocorreram entre 2011 e 2015 e consistiam basicamente em negociações, mediante propina, para liberar investimento de recursos pelo FGTS em empresas.
As investigações apontam que, à época dos fatos, Cunha e Alves gozavam de poder para indicar nomes para diversos cargos de entidades vinculadas ao Poder Executivo federal e o utilizavam para cometer crimes e desviar dinheiro público. Os procuradores afirmam que Cunha recebeu propina para atender interesses de terceiros e conseguir aprovação de uso de recursos do fundo de investimentos do FGTS.
A ação de improbidade aponta que o recebimento da propina foi disfarçado repetidas vezes por meio de depósitos em contas bancárias no Uruguai e na Suíça, conforme orientação de Eduardo Cunha - o que configura lavagem de dinheiro.
Os procuradores afirmam ainda que “o grupo criminoso operou esquema ilícito na Caixa Econômica Federal até pelo menos dezembro de 2015, sob o comando e a coordenação de Eduardo Consentino Cunha”. Sustentam que “não há como deixar de concluir que as condutas perpetradas pelos demandados, narradas na presente ação civil de improbidade administrativa, causaram lesão à probidade, devendo, portanto, Eduardo Cunha e Henrique Alves ser responsabilizados por atos de improbidade administrativa”.
A reportagem busca contato com os acusados. O espaço está aberto para manifestação.
R7
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