O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que é "lógico" que o governo brasileiro comprará a vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Em entrevista à revista Veja, publicada na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira (30), o vice-presidente avaliou que a polêmica em torno da compra ou não da vacina decorre de "briga política" com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto político do presidente Jair Bolsonaro.
"O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí", disse Mourão à revista.
Questionado se teria algum receio de se imunizar com a vacina de origem chinesa, afirmou que "não, desde que esteja certificada pela Anvisa" (Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Bolsonaro tem questionado a credibilidade da vacina e anunciou na última semana que o Brasil não comprará a vacina CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac. O presidente chegou a afirmar que o imunizante não transmite segurança devido à sua origem. Também publicou em rede social que "o povo brasileiro não será cobaia de ninguém".
As declarações provocaram fortes reações de governadores e parlamentares, que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) com ações referente à vacinação.
A vacina chinesa passa por testes no Brasil promovidos pelo Instituto Butantan.
Na entrevista desta sexta, o vice-presidente comentou ainda outra polêmica com os chineses, dessa vez referente à participação de empresas chinesas, como a Huawei, no leilão de frequências 5G.
"Em relação ao 5G, há um tripé para as empresas participarem: soberania, privacidade e economia. Então, qualquer empresa, na minha visão, que mostrar que está comprometida com esse tripé, independentemente da cor de onde ela vem, tem condições de participar aqui", afirmou.
Reuters - Brasil
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