Na guerra da vacina, a própria equipe do presidente Jair Bolsonaro avalia que ele tem mais a perder do que a ganhar. Segundo assessores presidenciais, se Bolsonaro insistir no veto à vacina desenvolvida na China, o governo vai acabar sendo obrigado a comprá-las pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em nome dos interesses da saúde da população brasileira.
Um assessor presidencial disse ao blog que, se a vacina chinesa a ser produzida pelo Instituto Butantan for aprovada pela Anvisa, o STF, provocado por governadores ou outras entidades, vai acabar determinando que a União compre as doses da Coronavac, na hipótese de o presidente da República manter sua decisão de agora, de não adquirir o produto desenvolvido pela China.
Na avaliação de assessores presidenciais, o STF pode até decidir que a vacinação não é obrigatória, mas que é um direito da população que deseja se vacinar. Aí, segundo esses auxiliares, o Supremo, provocado, vai acabar decidindo que o governo tem a obrigação de oferecer a vacina no seu plano nacional de imunização.
O PDT já entrou no STF para transferir a Estados e municípios o poder para decidir se a vacinação é obrigatória ou não. Mas um recurso sobre a compra de uma vacina só deve ser analisado pelo Supremo quando houver o registro da Anvisa, tornando ela liberada para uso no país.
Para a equipe de Bolsonaro, a guerra política da vacina chinesa só vai gerar desgaste para o presidente, porque ele agrada a seus apoiadores, uma minoria, e desagrada a maioria da população. Ministros acreditam, porém, que Bolsonaro vai, com o tempo, mudar de posição, o que aconteceria depois de a vacina ser aprovada.
A senha, segundo um assessor, já foi dada pelo próprio chefe. Em entrevista, na qual insistiu no veto à compra de vacinas da China, Bolsonaro disse que "essa questão vai ser resolvida com o tempo". Essa é a aposta da equipe presidencial para por um fim nesta polêmica.
G1
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