No dia em que devem ser conhecidos os três nomes mais votados pela categoria para o cargo mais alto da Procuradoria-Geral da República (PGR ), o presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta terça-feira que não sabe se a sua indicação sairá da chamada lista tríplice . Questionado se atual chefe do Ministério Público Federal ( MPF ), Raquel Dodge, pode ser reconduzida ao posto, ele disse que pode escolher "todo mundo", de dentro ou de fora da lista, e que vai seguir a Constituição.
- Ah, não sei, eu não vi a lista tríplice ainda - respondeu o presidente, ao ser indagado sobre a votação organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para formar as indicações.
- Todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição - acrescentou Bolsonaro, depois de ouvir a pergunta sobre o nome de Dodge, que corre por fora e quer ser reconduzida ao cargo por mais dois anos.
A atual procuradora-geral fez movimentos em direção ao Planalto antes da formação da lista tríplice, para além das costuras em direção aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ela se aproximou de interlocutores do presidente, como os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e de São Paulo, João Doria (PSDB).
Na segunda-feira, Dodge foi até ao Planalto para participar da cerimônia pública de assinatura da medida provisória que dá agilidade à venda de bens apreendidos com traficantes de drogas. Ganhou um afago de Bolsonaro. Sentou-se ao lado do ministro da Justiça, Sergio Moro, que vem enfrentando uma crise em razão da divulgação de mensagens trocadas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato em Curitiba. As mensagens, publicadas pelo site "The Intercept" , mostram uma suposta interferência de Moro nos atos do MPF.
Candidatos fazem romaria
Antes mesmo da formação da lista tríplice, prevista para ser conhecida na noite desta terça-feira, procuradores que querem a cadeira de procurador-geral da República já fizeram movimentos em direção ao Palácio do Planalto , numa tentativa de convencer o presidente Jair Bolsonaro sobre a viabilidade de seus respectivos nomes. Bolsonaro, até agora, não fez qualquer compromisso com a lista, votada pela própria categoria, o que provocou uma corrida sem precedentes pelo cargo.
Um funcionário do Planalto passou a ser considerado decisivo no processo de escolha do chefe da PGR: o subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Jorge Antônio de Oliveira. Ele é muito próximo da família Bolsonaro.
O Globo
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