O presidente Jair Bolsonaro chegou na manhã desta quarta-feira (12) a São Paulo para participar da solenidade da missão brasileira de ajuda ao Líbano. A comitiva, chefiada pelo ex-presidente Michel Temer e composta por mais 12 integrantes, deverá partir ainda nesta quarta e levar alimentos, medicamentos e insumos básicos de saúde ao país do Oriente Médio.
A ajuda ocorre após uma forte explosão atingir a área do porto de Beirute, capital do Líbano, e deixar mais de 150 mortos e mais de 4 mil feridos no último dia 4. Uma onda de protestos teve início no país depois do incidente, o que que resultou na renúncia do primeiro-ministro, Hassan Diab, e da equipe de governo, nesta segunda-feira.
Bolsonaro desembarcou por volta de 9h na base aérea de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde a missão brasileira deverá partir.
Durante a cerimônia, que começou minutos após a chegada de Bolsonaro, o presidente ficou ao lado de Michel Temer, a quem ele agradeceu durante discurso por ter aceitado o convite. Bolsonaro, que usava máscara mas a retirou para discursar, também afirmou que a missão marca a aproximação entre Brasil e Líbano, países que, segundo ele, "não abrem mão de democracia e liberdade".
"Esse ato simbólico, mas que vem do fundo do coração de todo povo brasileiro nos honra. O mundo atravessa uma pandemia, todos nós sofremos por isso. Quis o destino, lamentavelmente, que os nossos irmãos do Líbano também fossem acometidos também por esse desastre. O que nós podemos oferecer, em grande parte, vindo da comunidade libanesa é do coração", disse Bolsonaro.
Temer afirmou ter ficado emocionado ao receber ligação, ainda no sábado, com o convite para chefiar a missão brasileira.
"Sigo para lá com essa comissão integrada [...] na convicção de que lá nós seremos muito bem recebidos e todos lá desejosos de que o Brasil possa exercitar não apenas essa função humanitária, mas, tendo em vista os vínculos tradicionais entre ambos os países, que também possa ajudar a solucionar os embates políticos, com autorização, naturalmente, das autoridades libanesas, mas que possamos dar a nossa colaboração para a pacificação interna daquele país", declarou Temer.
Dois aviões e 30 horas de viagem
A previsão é que a viagem dos brasileiros dure cerca de 30 horas. Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) seguirão para Beirute. Um deles vai levar a comitiva, e o outro carregará seis toneladas de alimentos, medicamentos e insumos hospitalares, incluindo corticoides, antibióticos, 100 mil máscaras cirúrgicas e respiradores mecânicos.
As aeronaves farão três paradas técnicas: a primeira será em Fortaleza (CE); a segunda, na Ilha do Sal, na África; por último, em Valência, na Espanha, de onde partirá para Beirute.
Missão com 13 integrantes
De acordo com publicação em edição extra do "Diário Oficial da União" da última segunda-feira (10), a missão começa nesta quarta-feira e segue até o próximo sábado (15), podendo ser prorrogada a permanência das autoridades brasileiras, se necessário.
O nome de Michel Temer como chefe da delegação foi anunciado por Bolsonaro no domingo, mesmo dia em que ele divulgou a missão oficial. Réu em duas ações da operação Lava Jato, o ex-presidente precisou de autorização da Justiça Federal do Rio para deixar o país. O aval foi concedido na segunda, graças à "natureza humanitária da missão oficial" para qual Temer foi designado.
A comitiva é composta por 13 integrantes:
G1
Portal Santo André em Foco
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