Novembro 22, 2024

Em Brasília, Bolsonaro vai com Moro a estádio em jogo do Flamengo

Num sinal de apoio a Sergio Moro , o presidente Jair Bolsonaro levou seu ministro da Justiça ao jogo entre Flamengo e CSA no estádio Mané Garrincha, em Brasília, na noite desta quarta-feira. Os dois, que foram aplaudidos pela parte da torcida mais próxima da tribuna, ganharam camisas do time carioca de alguns torcedores e as vestiram. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o vice-presidente Hamilton Mourão acompanharam a partida com Bolsonaro.

Um torcedor que estava na arquibancada logo abaixo das autoridades tirou a camisa do Flamengo que usava e a jogou para cima. Bolsonaro a pegou e a vestiu. Depois, o próprio presidente pediu que outro torcedor também jogasse sua camisa. Ele fez isso e Moro, num sorriso tímido, aceitou e a vestiu.

Ao chegar à tribuna, de onde acompanhou o jogo, Bolsonaro puxou o braço de Moro, e os dois acenaram à multidão. Parte da torcida mais próxima à tribuna respondeu com gritos de "mito", numa referência a Bolsonaro, e de "Moro". O ministro da Justiça é torcedor do Athletico-PR e Bolsonaro é palmeirense.

Enquanto Bolsonaro usava trajes esportivos, Moro foi ao estádio de terno e gravata. Ao lado deles, também estava o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), vestindo uma camisa do Flamengo. Ele se elegeu usando nas urnas o nome "Hélio Bolsonaro".

PF apura conversas de Moro e ação de hacker
A confraterização do presidente e do ministro da Justiça no estádio Mané Garrincha marcou o segundo encontro público dos dois desde a publicação de mensagens atribuídas ao ex-juiz e ao coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. Os diálogos, divulgados pelo site "The Intercept Brasil", sugerem que Moro e Dallagnol combinavam atuações no âmbito da operação.

A reportagem cita ainda mensagens que apontam dúvidas dos procuradores sobre as provas para pedir a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, poucos dias antes do oferecimento da denúncia a Moro. As conversas tornadas públicas sugerem também que os procuradores teriam discutido uma maneira de barrar a entrevista do ex-presidente autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, antes do primeiro turno da eleição.

Moro e Dallagnol negam irregularidades e denunciam invasão ilegal de suas comunicações. Na terça-feira, Bolsonaro e Moro já haviam se encontrado na cerimônia de comemoração do 154º Aniversário da batalha naval do Riachuelo, em Brasília. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o presidente acompanha o caso do vazamento de mensagens com "serenidade" e tem "ambiente de sã camaradagem e confiança" com o ministro.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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