O presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda resiste a mudar os líderes do governo na Câmara dos Deputados. Porém, aliados alertam que, sem a troca, o Palácio do Planalto terá dificuldades para aprovar seus projetos, entre entre eles um de interesse direto do presidente: o programa Renda Brasil.
A pressão por mudanças na articulação política do governo aumentou após a aprovação na Câmara, por ampla maioria, da emenda constitucional do Fundeb. A votação foi considerada uma derrota para o governo.
O principal alvo dos novos aliados do presidente é o líder do governo na Câmara, Victor Hugo (PSL-GO), e os vice-líderes.
"É um grupo dedicado, empenhado em ajudar o presidente, só que não tem experiência nas negociações mais complicadas do Legislativo, e isso acaba levando a derrotas do governo em votações importantes", avaliou um interlocutor do presidente da República.
Segundo aliados de Bolsonaro, o presidente já teria reconhecido que precisa mexer também na liderança do governo na Câmara dos Deputados. Porém, ele não gosta de fazer substituições em momentos de pressão, como é o caso atual.
Nesta quinta-feira (23), inclusive, Bolsonaro fez uma defesa de Victor Hugo, lembrando que o mesmo tipo de pressão estava sendo feito contra os ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), mas frisou não ter nenhum plano de tirá-los dos cargos que ocupam.
Dentro da nova base aliada do presidente, a proposta é o presidente indicar um deputado ligado ao Centrão para a liderança do governo na Câmara. O nome mais citado é o do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). O parlamentar, então, montaria uma equipe com parlamentares experientes.
Num primeiro movimento desta pressão, deputados chegaram a defender a troca do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Mas, os parlamentares recuaram diante da sinalização de Bolsonaro de que não irá mudar seu auxiliar no Planalto pois confia nele.
Além disso, Ramos recebeu apoio nos bastidores dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Nesta semana, o presidente já começou a fazer trocas nas lideranças do governo. Ele tirou a vice-líder Bia Kicis (PSL-DF) do grupo de líderes do Congresso. Mas, o principal problema para o governo, segundo aliados, está na liderança na Câmara dos Deputados.
As trocas visam fortalecer politicamente o presidente tendo como foco a campanha eleitoral de 2022. O pagamento do auxílio emergencial, que em parte seria incorporado pelo novo programa Renda Brasil, rendeu dividendos políticos ao presidente.
Da faixa de 30% da população que hoje o apoia, cerca de 10% são de pessoas que não votaram em Bolsonaro, mas que agora aprovam sua gestão após passarem a receber o auxílio emergencial.
G1
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