O Ministério Público denunciou nesta quinta-feira o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A acusação foi apresentada no âmbito da Lava-Jato eleitoral paulista.
A denúncia do MP afirma que Alckmin recebeu R$ 2 milhões da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. O ex-governador não foi localizado pelo GLOBO até o momento.
Na semana passada, o ex-governador foi indiciado pela Polícia Federal por suspeitas de crime eleitoral. De acordo com os investigadores, além da delação de ex-executivos da Odebrecht, também foram obtidas provas em sistemas de informática e extratos telefônicos.
Os crimes teriam sido cometidos como contrapartidas em relação às obras do Metrô e do Rodoanel, anel rodoviário que liga diversas estradas no estado.
O nome do então governador apareceu na delação de três executivos da Odebrecht. Benedicto Júnior, que atuava no departamento de Operações Estruturadas, que ficou conhecido como departamento de propina, disse que a empreiteira repassou R$ 10,3 milhões para as campanhas de 2010 e 2014, sem registro na Justiça Eleitoral, o que configura caixa 2 eleitoral.
Nas eleições de 2010, o repasse da empreiteira somou R$ 2 milhões e teria sido feito, segundo os delatores, com a intermediação de Adhemar Ribeiro, cunhado de Alckmin. Ribeiro não foi indiciado pela PF porque tem mais de 70 anos e possíveis crimes já prescreveram. A partir dessa idade, os prazos de prescrição caem pela metade.
O Globo
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