O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, é alvo de operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Os agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão em São Paulo e Brasília. Denominada Dark Side, a operação foi deflagrada pela Justiça Eleitoral de São Paulo, que investiga crimes ligados a campanhas eleitorais.
A sede da Força Sindical, que foi presidida pelo deputado, é um dos endereços onde os policiais cumprem mandado de busca e apreensão. Também foi pedido o bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos suspeitos, determinados pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Os alvos são investigados por crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
O objetivo é investigar doações eleitorais não contabilizadas de R$ 1,7 milhão, recebidas durante as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012, de um grupo empresarial. Os pagamentos teriam sido feito simulando prestação de serviços advocatícios e também com valores em dinheiro entregues por doleiros.
De acordo com as apurações, o escritório de advocacia tinha como sócio um genro do deputado federal.
As investigações se restringem a fatos apurados nos anos de 2010 e 2012, uma vez que Paulinho da Força é deputado federal.
Em nota, o deputado federal confirmou a operação, mas informou que desconhece os fatos apurados, que teriam ocorrido 10 anos atrás, e ressaltou que as contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Em março de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que crimes conexos a campanhas eleitorais, como o de caixa 2, deveriam ser enviados à Justiça Eleitoral. A decisão foi tomada por seis votos a cinco. Na época, o STF analisou inquérito aberto combase em delações da Odebrecht, que envolvia pagamentos ao deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), no valor de R$ 3 milhões.
Apoio a tucanos
Paulinho da Força teria recebido ainda outros R$ 15 milhões do Grupo J&F para apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves na eleição de 2014. Em depoimento de delação, o executivo Ricardo Saud afirmou ter feito o pagamento de R$ 3 milhões ao Solidariedade por meio de uma transportadora da cidade de Barretos, no interior de São Paulo.
Para isso, teria assinado um falso contrato de prestação de serviços com a empresa. Outros R$ 11 milhões teriam sido repassados como doação oficial ao partido. Na época, o deputado informou que o Solidariedade recebeu R$ 11 milhões para campanha do partido e que não houve irregularidade.
Essa apuração, porém, não faz parte das investigações relacionadas à Operação Dark Side deflagrada nesta terça-feira.
Condenação
No mês passado, por três votos a dois, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Paulinho da Força a dez anos e dois meses de prisão por desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A Corte também determinou que ele devolva o dinheiro, cerca de R$ 182 mil em valores de 2008, que ainda serão corrigidos, e que perca o mandato. Os efeitos da condenação não são imediatos, porque o parlamentar ainda pode apresentar recurso.
O Globo
Portal Santo André em Foco
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