Após a demissão coletiva de procuradores que atuavam em um grupo de trabalho da Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou uma nota neste domingo rebatendo críticas, dizendo que a operação não é “órgão autônomo” e que não pode se tornar “instrumento de aparelhamento”.
Na sexta-feira, um grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria Geral da República (PGR) pediu demissão por conta de discordâncias com a coordenadora do setor, a subprocuradora-geral da República Lindora de Araújo e com a gestão de Augusto Aras.
“A Lava Jato, com êxitos obtidos e reconhecidos pela sociedade, não é um órgão autônomo e distinto do Ministério Público Federal (MPF), mas sim uma frente de investigação que deve obedecer a todos os princípios e normas internos da instituição”, diz um trecho da nota.
Em outro trecho, Aras diz que “para ser órgão legalmente atuante, seria preciso integrar a estrutura e organização institucional estabelecidas na Lei Complementar 75 de 1993. Fora disso, a atuação passa para a ilegalidade, porque clandestina, torna-se perigoso instrumento de aparelhamento”.
As discordâncias entre os procuradores e o comando de Lindora e de Aras vinham se avolumando nos últimos meses, mas chegaram ao ápice após a ação da subprocuradora para obter dados sigilosos da Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná, na semana passada.
Na nota divulgada neste domingo, Aras disse que as investigações da Lava Jato junto à PGR não serão prejudicadas. Segundo o órgão, a saída dos procuradores que atuavam no grupo de trabalho da Lava Jato junto à PGR já estava previsto para ocorrer na terça-feira. Fontes da PGR, entretanto, afirmam que a saída dos procuradores pegou Aras de surpresa e não estaria prevista para ocorrer.
Segundo a nota, as investigações serão conduzidas por membros auxiliares e integrantes remanescentes no grupo.
O Globo
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