Em entrevista à revista "Time", compartilhada em suas redes sociais, Sergio Moro diz que aceitou ser ministro da Justiça "não para servir a um mestre", mas ao Brasil. Ele diz ainda que as instituições do país estão funcionando, embora sofram alguns ataques. Moro deixou o governo no fim de abril e disse que o presidente Jair Bolsonaro queria intervir na Polícia Federal.
A revista faz um resumo do papel de Moro na Lava-Jato e o descreve como um herói para a direita e um bicho-papão para a maior parte da esquerda. Na entrevista, Moro afirma que nunca se propôs a mudar o curso da história brasileira.
- É tudo muito circunstancial. As coisas podem acabar tendo grandes consequências - disse ele à revista em uma conversa por vídeo em um quarto de um hotel em Brasília. - Mas eu também não exageraria minha influência. Especialmente agora, sou apenas um cidadão comum.
A publicação diz ainda que Bolsonaro se referiu a Moro como Judas pelas declarações que fez quando deixou o governo.
- Não era minha intenção prejudicar o governo - diz ele. - Mas eu não me sentiria confortável com minha consciência sem explicar por que estava saindo.
Não entrei no Governo para servir a um mestre. Entrei para servir ao País, à Lei. https://t.co/VKvDqW4nDM
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 21, 2020
Moro foi questionado também sobre sua troca de mensagens no Telegram, divulgadas pelo "The Intercept".
- Eu tenho uma consciência absolutamente clara sobre o que fiz durante a Lava-Jato. Há uma tentativa de caracterizar tudo como perseguição política para me considerar um carrasco - afirmou, completando: - Também nunca foi uma questão pessoal com o ex-presidente Lula. Mesmo que haja uma narrativa que ele queira impor.
O ex-ministro afirma que não houve por parte do PT um reconhecimento de que o partido errou e que era preciso procurar um novo começo e que deveria ter "um compromisso sério", referindo-se ao combate à corrupção:
- Infelizmente, o governo que foi eleito também não tinha isso - afirmou à publicação, dizendo que não poderia estar em um governo sem um compromisso sério com a corrupção e o Estado de Direito. - Eu não entrei no governo para servir um mestre. Entrei para servir o país, a lei.
Moro diz ainda que o Brasil é uma democracia firme e que as instituições são atacadas, mas continuam funcionando.
- E há uma percepção crescente na opinião pública de que precisamos fortalecer os pilares da nossa democracia, incluindo o Estado de Direito. Esses desejos continuam, apesar das circunstâncias do momento.
O Globo
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