O procurador-geral da República, Augusto Aras, deve pedir que Jair Bolsonaro preste depoimento no inquérito que investiga tentativa de interferência do presidente da República na Polícia Federal.
A data da audiência ainda está sendo estudada por Aras, mas ele deve solicitar o depoimento após as audiências desta semana de delegados da PF, ministros do governo e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Quando for pedido pela PGR, o depoimento de Bolsonaro tem que ser autorizado pelo ministro Celso de Mello, que preside o inquérito sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Em razão do cargo, Bolsonaro tem a prerrogativa de, quando for requisitado a prestar depoimento, dar respostas por escrito.
Nesta terça-feira (12), Bolsonaro foi questionado no Palácio do Planalto sobre quando seria ouvido no inquérito. O presidente disse não saber e afirmou que para ele tanto fazia o depoimento ser presencial ou por escrito. No entanto, citou que, "como deferência", em presidências anteriores o procedimento foi por escrito.
A procuradoria e a Polícia Federal devem questionar Bolsonaro sobre o teor do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova da tentativa de interferência na corporação.
Fontes relataram que, na reunião, Bolsonaro mencionou preocupação com a família ao cobrar a troca da superintendência da PF no Rio.
Além disso, no depoimento do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) colhido nesta terça, a PGR registra que “uma fala do presidente na reunião do dia 22/04/20, exibido nessa data por ordem do STF , no entender da PGR, se referia ao superintendente do Rio de Janeiro, em que o presidente fala em proteger seus familiares e amigos”.
A PGR perguntou a Heleno quem são esses familiares e amigos e o ministro respondeu “que precisaria assistir ao vídeo para poder responder”.
G1
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