A Advocacia Geral da União (AGU) pediu nesta quarta-feira ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reveja a decisão de determinar ao governo a entrega do vídeo de uma reunião citada em depoimento pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Segundo o ex-ministro, o encontro ocorreu em 22 de abril no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, de outros ministros e de presidentes de bancos públicos.
Na terça-feira, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro Celso de Mello determinou à Secretaria-Geral da Presidência da República o envio de cópia dos “registros audiovisuais” da reunião. A intenção é confirmar a afirmação de Moro de que Bolsonaro teria cobrado, nesse encontro, a substituição do diretor-geral da Polícia Federal e do superintendente da corporação no Rio de Janeiro, além de relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal.
No pedido encaminhado ao STF, o advogado-geral da União, José Levi Mello do Amaral Junior, argumentou que, na reunião, “foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de relações exteriores, entre outros”.
Na mesma reunião, segundo Moro, Bosonaro disse que, se não pudesse trocar o superintendente da PF do Rio de Janeiro, demitiria o diretor-geral e o próprio ministro da Justiça. A reunião foi gravada, como de praxe, e também contava com a presença servidores da assessoria do Palácio do Planalto.
Moro prestou depoimento à PF no sábado. Na ocasião, ele disponibilizou aos investigadores mensagens de seu celular para comprovar suas acusações. O material integra o inquérito que tramita no STF para apurar os ataques de Moro a Bolsonaro.
O Globo
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