Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu as medidas de isolamento social para evitar o avanço do novo coronavírus e o colapso do sistema de saúde. Moro afirmou que ainda não é possível saber como o vírus vai se comportar no Brasil e que por isso "a prudência recomenda seguir as orientações técnicas".
— Nós estamos vivenciando uma experiência nova, o mundo inteiro, que é o desafio representado por essa pandemia, e a orientação técnica tem sido no sentido de que pra diminuir a expansão da doença é necessario diminuir o contato social. Então, essas medidas de isolamento e quarentena, que inclusive estão previstas na lei do coronavírus aprovada em fevereirio, elas devem ser aplicadas, inclusive observando a propria dinâmica da doença. A orientação é justamente pra tentar evitar esse aumento significativo do número de casos num tempo muito curto enquanto nosso sistema de saúde ainda está se preparando para atender a demanda provável de casos. Ninguém sabe exatamente como a doença vai se comportar no Brasil. A prudência recomenda seguir as orientações técnicas de manter o distanciamento social — afirmou o ministro.
Mais cedo, em entravista à Rádio Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderia assinar um decreto para afrouxar as medidas de isolamento social nos estados. Segundo ele, pode-se ampliar o número de profissões que voltarão a atuar normalmente durante a quarentena. Ele também pediu aos governadores que "revissem suas posições" no combate ao novo coronavírus.
— Eu tenho um decreto pronto para assinar na minha frente, se eu quiser assinar, considerando ampliar as categorias que são indispensáveis para a economia. Eu, como chefe de Estado, tenho que decidir. Se chegar o momento, vou assinar a MP. Tem ameaça de todo lugar se eu assinar essa medida - disse, em entrevista a rádio Jovem Pan, na noite desta quinta-feira.
Bolsonaro também criticou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmando que faltava 'humildade' no ministro. O presidente declarou que não pretende demitir o ministro em meio à crise, mas que ninguém é "indemissível". Segundo ele, Mandetta teria que "ouvir um pouco mais o presidente da República".
— Olha, o Mandetta já sabe que a gente esta se bicando há algum tempo. Não pretendo demití-lo no meio da guerra. Em algum momento, ele extrapolou. Respeitei todos os ministros, ele também. A gente espera que ele dê conta do recado. Tenho falado com ele. Ele está numa situação meio... Se ele se sair bem, sem problema. Nenhum ministro meu é indemissível. Ele (ministro) tem responsabilidade, sim. Ele cuida da Saúde, o Paulo Guedes cuida da Economia, e eu entro aqui no meio para cuidar das duas áreas — disse ainda em entrevista à Rádio Jovem Pan.
O Globo
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