O presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas nesta quarta-feira por ter divulgado um vídeo com informações falsas sobre um suposto desabastecimento causado por medidas de contenção ao novo coronavírus. O vídeo, que tinha críticas a governadores, foi publicado por Bolsonaro na manhã desta quarta em redes sociais e deletado horas depois após a informação ter sido desmentida.
Na gravação, um homem dizia estar na Central de Abastecimento (Ceasa) de Belo Horizonte e criticava a suposta falta de produtos, que, segundo ele, teria sido causada por medidas tomadas pelos governadores. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, no fim da tarde, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que não há risco de desabastecimento e afirmou que o vídeo foi filmado durante a limpeza do Ceasa.
Por telefone, Bolsonaro disse ao jornalista José Luiz Datena, do Brasil Urgente, da Band, que não houve a "checagem" dos fatos antes da publicação:
— Quero me desculpar, não houve a devida checagem do evento. Pelo que parece aquela central de abastecimento estava em manutenção. Então, quero me desculpar publicamente, foi retirado o vídeo. A gente erra na notícia e eu tenho a humildade em me desculpar.
O presidente afirmou, contudo, que há uma queda no fluxo de entrada de alimentos em São Paulo:
— Agora, aquilo, em parte, tivemos contato com o Ceasa, com o Ceagesp em São Paulo, tem caído realmente o fluxo de entrada de alimentos. Tem caído esse fluxo aí. Espera que não caia mais do que já caiu, porque, o desabastecimento... Quando se fala em hortifrutti, até conversei com a Tereza Cristina sobre isso hoje, se chegar a um ponto de haver a interrupção da produção, você leva de 60 a 90 dias para voltar à normalidade.
Bolsonaro também pediu desculpas pela sua conta pessoa no Facebook. "Foi publicado em minhas redes sociais um vídeo que não condiz com a realidade para com o Ceasa/MG. Minhas sinceras desculpas pelo erro", disse, junto a um vídeo que mostra a Ceasa cheia.
O Globo
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