O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta sexta-feira um suposto plano dos Estados Unidos para desencadear um conflito que justificaria uma intervenção militar no país e que teria a ajuda de vizinhos, como Brasil e Colômbia.
— Da Casa Branca, um plano foi decidido para levar a guerra à Venezuela. Para iniciar um conflito violento e armado e justificar uma invasão — disse Maduro, durante um ato no Palácio Presidencial de Miraflores.
Segundo o venezuelano, que geralmente acusa Washington de forjar planos contra seu governo, o presidente americano, Donald Trump, deu a ordem para "encher a Venezuela de violência" com o apoio do líder da oposição, Juan Guaidó, a quem ele chama de "fantoche".
— Um plano de guerra foi decidido para a Venezuela na Casa Branca, é por isso que Trump leva o fantoche Guaidó para lá e o envia para executar tarefas de desestabilização — disse Maduro.
Os Estados Unidos estão à frente de mais de 50 países que não reconhecem o segundo mandato de Maduro, considerando-o "ilegítimo", e apontam Guaidó, chefe do Parlamento, como presidente interino.
Em fevereiro, violando uma proibição de deixar o país, Guaidó foi recebido por vários líderes mundiais, incluindo o ocupante da Casa Branca, que disse que a "tirania" de Maduro seria "esmagada".
O presidente da Venezuela envolveu nesse suposto plano de Washington os governos da Colômbia e do Brasil, cujo presidente, Jair Bolsonaro, será recebido neste fim de semana por Trump e assinará um acordo na área de defesa com os Estados Unidos.
— E, agora, que Jair Bolsonaro foi convidado à mansão Donald Trump em Miami, a única questão: empurrar o Brasil para um conflito armado com a Venezuela, é o único tema que ele tem com Jair Bolsonaro, e da Venezuela nós o denunciamos — afirmou Maduro.
Segundo nota da Casa Branca, a Venezuela é uma das questões que serão discutidas por Bolsonaro e Trump neste sábado, durante um jantar no resort do americano em Mar-a-Lago, na Flórida.
O líder venezuelano lançou uma acusação semelhante contra o presidente colombiano, Iván Duque, que se encontrou recentemente com Trump na Casa Branca.
Nesta semana, o Brasil ordenou a retirada de todos seus diplomatas e funcionários da Venezuela, e pediu a saída dos diplomatas do governo Maduro em dois meses.
Depois de afirmar ter "informações de primeira mão", Maduro convocou as Forças Armadas e o "povo" para ficarem "prontos para o combate!".
O dirigente também se referiu a uma campanha contra as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Venezuela e que foi lançada por seu vice-presidente, Delcy Rodríguez.
— Vamos abraçar esta campanha — gritou Maduro, enquanto ordenava distribuir informações sobre "sanções criminosas" em "todos os quartéis" e escolas. — Até o último soldado deve estudar os folhetos e estar ciente de que estamos enfrentando a agressão mais criminosa, brutal e racista na história da Venezuela nos 200 anos da república — declarou aos membros da liderança militar presentes no ato.
O Globo
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