Outubro 01, 2024

Escritório comercial do governo em Jerusalém funcionará em 'coworking' e terá 3 empregados

Anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro em março, o escritório comercial do governo brasileiro na cidade de Jerusalém, em Israel, começa a funcionar em 15 de dezembro.

A informação é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores e que vai administrar o escritório.

De acordo com a Apex, o escritório vai funcionar no edifício Jerusalem Gati Business Center em sistema de "coworking", cuja estrutura, como recepção e sala de reuniões, é compartilhada entre várias empresas, com o objetivo de reduzir custos.

Pelo espaço, o governo brasileiro vai pagar US$ 1.600 por mês, o equivalente a R$ 6.768, pela cotação atual do dólar (US$ 4,23). De acordo com a Apex, esse valor inclui o uso da sala, internet, mobiliário, impressão e limpeza.

O escritório terá três funcionários e será comandado pela analista de comércio internacional Camila Torres Meyer, que está há 12 anos na agência e será a única funcionária do governo brasileiro ali – os outros dois funcionários serão contratados em Israel.

"Um dos pontos que será trabalhado pelo escritório da Apex-Brasil em Jerusalém é o fomento às novas parcerias tecnológicas e a atração de centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para o Brasil. Alguns setores que confirmam a proeminência israelita em tecnologia são as soluções voltadas ao agronegócio e ao uso de água e, ainda, avanços em cibersegurança para defesa de clientes, proteção de dados e aplicação militar", informou a agência em nota.

Polêmica
Bolsonaro anunciou a abertura do escritório em Jerusalém durante visita a Israel, março. A cidade é considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e não é reconhecida internacionalmente como capital israelense.

A abertura do escritório em Jerusalém foi uma saída diplomática para o embaraço gerado com países árabes após o presidente ter manifestado publicamente, logo após ser eleito, a intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o presidente norte-americano Donald Trump.

Israel considera Jerusalém a "capital eterna e indivisível" do país, mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.

O eventual reconhecimento por parte do governo brasileiro de Jerusalém como capital de Israel, e a possibilidade de mudança da embaixada, suscitou, na época, receio de retaliações comerciais de países árabes, grandes compradores de carne bovina e de frango do Brasil.

O recuo de Bolsonaro em relação à transferência da embaixada se deu após ponderações da ala militar do governo e de ruralistas de que a medida poderia gerar um prejuízo bilionário para a economia brasileira.

G1
Portal Santo André em Foco

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