A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, negou nesta quinta-feira (13) ter tido qualquer conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de ele trocar a chefia da estastal. Partidos do centrão intensificaram as exigências por cargos de alto escalão no governo, e um dos postos que entraram na mira do grupo político é o banco.
"Primeiro dizer que eu estou aqui. Eu estou trabalhando. Na realidade, nós sabemos que todos os nossos cargos são do presidente da República, ele que avalia com relação a se [a direção] fica, se sai ou o que [ele] faz. Não existe absolutamente nada de concreto em relação a isso. Não houve nenhuma conversa sobre essa possiblidade", afirmou Rita.
"O que nós estamos vendo de fato é uma especulação muito grande da imprensa, que não envolve só meu nome, mas são vários nomes. Eu acho isso muito ruim, porque me aprece que o objetivo disso é criar uma instabilidade no governo e, com isso, paralisar o governo. Mas no caso da Caixa, estamos trabalhando inclusive o dobro", completou.
As declarações foram dadas pela presidente da Caixa no Palácio do Planalto, em Brasília, após a cerimônia de sanção do Minha Casa, Minha Vida. O projeto oferece subsídio e taxa de juros inferior à praticada pelo mercado, para facilitar a compra de casa ou apartamento populares na cidade e no campo. O evento contou com a participação do ministro das Cidades, Jader Filho, entre outras autoridades.
Depois da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Lula foi cobrado por dirigentes do centrão a ampliar o espaço do grupo no governo. O banco liderado pela funcionária de carreira tem enfrentado dificuldade para agradar à gestão de Lula.
Um dos episódios que geraram mal-estar no Executivo foi o anúncio de que a Caixa passaria a cobrar uma tarifa nas operações via Pix de pessoas jurídicas. A medida repercutiu de forma negativa, e o governo precisou voltar atrás por ordem do petista.
O centrão avalia que pode convencer o presidente a acomodar uma indicação política na direção do banco. Uma mudança na chefia da Caixa poderia amenizar as cobranças do centrão por mais presença em cargos de importância do governo. O grupo pleiteia o Ministério do Turismo e tem pedido o comando de ao menos mais duas pastas: Esportes e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Em entrevista exclusiva à Record TV, porém, Lula garantiu que não vai haver troca na pasta de Desenvolvimento e Assistência Social. "Esse ministério [do Desenvolvimento Social] é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores", frisou o presidente.
Segundo Lula, eventuais mudanças na Esplanada são "a coisa mais natural do mundo". "Na hora em que você ganha a eleição e você não tem maioria no Parlamento para aprovar a coisa que você quer aprovar, você vai ter que fazer composição. E você faz composição com quem ganhou, você não faz com quem perdeu. Portanto, nós temos que conversar com os partidos que estão dentro do Congresso Nacional", comentou.
R7
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