Deputados da chamada "ala bolsonarista" do PSL encaminharam nesta quinta-feira (7) um ofício ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no qual pediram que o partido seja considerado integrante do bloco que apoia Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Casa.
A eleição está marcada para 2 de fevereiro. Ainda não há definição se, em meio à pandemia do novo coronavírus, a votação será presencial ou remota.
Em dezembro, o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), anunciou pré-candidatura à presidência da Câmara. Duas semanas depois, participou do ato no qual partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro anunciaram adesão ao bloco de Maia, cujo candidato é o deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
Esse bloco articulado por Maia é formado por 11 partidos, entre os quais PT, MDB, PSDB e PSL.
Nesta quinta, o deputado Major Vitor Hugo (GO), ex-líder do governo, divulgou um ofício com 32 assinaturas a favor da adesão ao bloco de Arthur Lira, candidato a presidente da Câmara que conta com o apoio do presidente da República e é um dos principais articuladores do "Centrão".
"Nós conseguimos retirar o PSL daquele bloco que apoia o candidato Baleia Rossi à presidência da Câmara dos Deputados e que congrega uma série de partidos de esquerda", afirmou o deputado.
Com bancada eleita formada por 52 deputados, o PSL vive uma crise interna desde 2019, que opõe os apoiadores de Bolsonaro e os aliados de Bivar. Bolsonaro foi eleito em 2018 pelo PSL, mas, no ano passado, deixou a legenda.
Validade das assinaturas
A lista divulgada por Vitor Hugo contém 32 assinaturas, mas 17 dos deputados que assinam o documento estão com a atividade parlamentar suspensa pelo partido, o que, para Bivar, invalida o ofício.
Segundo Vitor Hugo, porém, foi protocolada uma consulta na Procuradoria Parlamentar para validar a assinatura dos 17 deputados.
Para Bivar, a lista "carece de legalidade e fundamento regimental".
"A intenção é, apenas, conturbar o cenário político. O PSL está fechado com o bloco que sustenta a candidatura do deputado Baleia Rossi à presidência da Câmara e assim permanecerá até o fim", declarou Bivar.
Para aliados de Arthur Lira, o ato que confirmou a punição dos parlamentares do PSL não os impede de assinar a criação de um bloco.
Expulsão
À TV Globo, o vice-presidente do PSL, deputado Junior Bozzella (SP), afirmou que pedirá a expulsão dos deputados por infidelidade.
"[Vou] pedir a expulsão de todos os infiéis, tudo que eles estão fazendo é 'fake news', não vai ter validade nenhuma, até porque a formação do bloco é só no dia 1º de fevereiro", afirmou.
O que diz Arthur Lira
Após o anúncio de Vitor Hugo, a assessoria de Arthur Lira informou que o deputado oficializou no sistema da Câmara dos Deputados "parte do bloco de apoio à sua candidatura, com a adesão de última hora do PSL e com a assinatura de 32 dos 52 deputados".
Até o momento, o grupo de Lira conta com o apoio de nove partidos. Para efeito da disputa dos cargos da Mesa, o grupo reúne 181 parlamentares eleitos.
A eleição para a presidência da Câmara deve acontecer no dia 2 de fevereiro.
G1
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