Outubro 01, 2024

Parlamento russo aprova pedido de Putin para usar tropas no leste da Ucrânia

O presidente Vladimir Putin pediu nesta terça-feira (22) à câmara alta do Parlamento russo a permissão para usar as forças armadas da Rússia no exterior depois de reconhecer formalmente duas regiões separatistas do leste da Ucrânia. O pedido foi aprovado por unanimidade logo em seguida.

A medida entra em vigor imediatamente, segundo um deputado presente à sessão.

Dirigindo-se à câmara durante uma parte de uma sessão noturna que foi transmitida no site da câmara, um dos vice-ministros da Defesa da Rússia disse que a Rússia não teve escolha e pediu para aprovar o deslocamento de tropas ao exterior. "Precisamos colocar essas pessoas sob nossa proteção", afirmou.

Antes, o Parlamento da Rússia ratificou o acordo assinado por Putin para defender os separatistas do leste da Ucrânia, após o reconhecimento de suas repúblicas.

"O reconhecimento da independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e a ratificação dos acordos de amizade, cooperação e ajuda devem pôr fim ao conflito, à morte dos nossos concidadãos que ali vivem", declarou o presidente da Duma, a câmara baixa russa, Viacheslav Volodin.

Os deputados aprovaram os dois textos por unanimidade, com 400 votos a favor em um caso, e 399, no outro. Neste último, um dos membros da Casa não apertou o botão para votar a tempo.

Na sequência, os deputados aplaudiram de pé a tramitação do texto.

Pouco depois, os membros da câmara alta, o Conselho da Federação, seguuiram a mesma direção, aprovando ambos os textos.

"Esta é uma decisão há muito tempo esperada", afirmou a presidente do Conselho, Valentina Matviyenko, após a votação.

"A ratificação desses acordos abre uma nova vida, dá novas possibilidades aos moradores de Donetsk e Luhansk", acrescentou.

Os acordos de ajuda entre a Rússia e os separatistas ucranianos vão durar dez anos.

A decisão de Putin gerou uma onda de repúdio dos países ocidentais, que anunciaram duras sanções à Rússia.

Putin: tratado falhou, e culpa é da Ucrânia
Putin disse nesta terça-feira (22) que é impossível dizer com antecedência quais serão as ações militares da Rússia na região de Donbass. As eventuais movimentações, segundo ele, vão depender da situação no local.

"Eu não disse que nossas tropas irão para lá imediatamente", afirmou ele.

Ele falou também que a melhor solução para acabar com a crise em torno da Ucrânia seria Kiev desistir de seu desejo de se juntar à Otan: "A melhor solução para essa questão seria que as autoridades atualmente no poder em Kiev desistissem de ingressar na Otan por conta própria e se mantivessem na neutralidade".

Ele afirmou também que o Tratado de Minsk, que estabelecia a paz entre os dois países, não existe mais e que não há nada no texto para ser cumprido, e que a culpa pelo fracasso do acordo é do governo da Ucrânia.

g1
Portal Santo André em Foco

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