Outubro 02, 2024

Ministro francês diz que país fará avaliação 'completa' e 'independente' do acordo Mercosul-UE

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, afirmou nesta segunda-feira (29) que o país fará uma "avaliação nacional completa e independente" sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

Assinado no mês passado, depois de 20 anos de negociações, o acordo precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países dos dois blocos.

Na França, os termos da aliança com o Mercosul vêm sendo criticados por agricultores, ambientalistas e políticos, inclusive do partido do governo do presidente Emmanuel Macron.

"Nós devemos tomar o tempo para efetuar de nossa parte uma avaliação nacional completa, independente e transparente desse acordo que permitirá, então, determinar a posição das autoridades francesas”, disse Le Drian após uma reunião, em Brasília, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Dias antes do anúncio da assinatura da parceria Mercosul-UE, Macron disse que a França não faria uma aliança se o Brasil não se comprometesse com medidas do Acordo de Paris (que prevê ações dos países signatários na área do meio ambiente para conter o aquecimento global).

Bolsonaro havia dito na campanha eleitoral que poderia tirar o Brasil do acordo, o que suscitou as dúvidas de Macron. Pouco depois das declarações do presidente francês, ele e Bolsonaro se reuniram para tratar do tema. De acordo com Macron, o presidente brasileiro deu garantias sobre o Acordo de Paris que foram decisivas para a assinatura da aliança Mercosul-UE.

Le Drian elogiou a posição de Bolsonaro e disse que a França manterá uma postura "construtiva" e "exigente" em relação aos termos do acordo comercial e também na implementação do Acordo de Paris.

Ele ainda informou que o governo francês levará em conta na sua análise da parceria entre os dois blocos, além do cumprimento do Acordo de Paris, o respeito a normas ambientais e sanitárias. Outro fatos a ser considerado, segundo ele, é a proteção ao que chamou de segmentos agrícolas sensíveis na França.

Entre os compromissos de Le Drian em Brasília estava prevista uma audiência com Bolsonaro. Araújo afirmou que a reunião foi cancelada por uma "questão de agenda" do presidente.

Criação de grupo sobre meio ambiente
Le Drian e Araújo informaram que Brasil e França decidiram criar um grupo de trabalho para trocar informações sobre meio ambiente.

"Concordamos em estabelecer um grupo de trabalho informal, mas com muita atenção para trocar de maneira mais sistemática e mais profunda informações sobre a temática ambiental", disse Araújo.

O chanceler brasileiro explicou que a ideia é ter um fluxo de informações "precisas" e "científicas" sobre aspectos do acordo de Paris e do tema de proteção ambiental nos dois países.

O ministro francês acrescentou que grupo o tratará de questões relacionadas à preservação biodiversidade, ao combate desmatamento e ao manejo de florestas e parques nacionais.

G1
Portal Santo André em Foco

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