Setembro 30, 2024

Ex-ministro de Relações Exteriores do Japão deve se tornar o primeiro-ministro do país

O ex-ministro das Relações Exteriores do Japão Fumio Kishida, de 64 anos, foi eleito chefe do partido governista no país nesta quarta-feira (29) e deve se tornar o primeiro-ministro do país na próxima semana.

Kishida é considerado um político moderado. Ele venceu a disputa pela presidência do Partido Liberal Democrata (PLD) derrotando um adversário que é mais conhecido: Taro Kono, de 58 anos, que coordenou a campanha de vacinação contra a Covid-19 no país.

O atual primeiro-ministro, Yoshihide Suga, decidiu não se candidatar ao voto do PLD, sigla que domina a vida política japonesa desde 1955.

Votação no Parlamento
Kishida deve ser nomeado primeiro-ministro em 4 de outubro, após uma votação no Parlamento, onde o PLD tem maioria. Em novembro, ocorrerão eleições legislativas (o PLD é considerado favorito).

“Devemos mostrar ao público que o PLD ressuscitou e precisa do seu apoio” para essas eleições para as duas câmaras do Parlamento, declarou Kishida após sua vitória. "Vamos para a eleição unidos", disse ele.

Kishida foi ministro das Relações Exteriores do Japão de 2012 a 2017. Ele é herdeiro de uma família de políticos. Em 2020, concorreu contra Suga e perdeu. Ele foi o primeiro a declarar-se candidato para as eleições deste ano.

Destacando sua capacidade de escuta e convidando os japoneses a compartilhar suas reivindicações e ideias com ele, Kishida buscou capitalizar a insatisfação da opinião pública com a gestão da crise de saúde, que minou a popularidade do governo Suga.

Tradição política machista
O primeiro turno da eleição interna do PLD foi acirrado. Kishida ficou à frente de Kono por apenas um voto. A candidata ultraconservadora Sanae Takaichi, apoiada pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, também teve boa pontuação.

Duas mulheres estavam entre os quatro candidatos em disputa, o que é incomum em um país que nunca teve uma primeira-ministra e que tem poucas mulheres de destaque na vida política.

Kishida, por outro lado, prevaleceu no segundo turno, uma votação na qual os parlamentares do PLD tiveram muito mais peso do que os dos membros de base do partido, obtendo 257 votos, contra 170 para Kono, favorito do grande público, segundo pesquisas.

"A perspectiva da vitória de Kono assustou as pessoas dentro do PLD", disse Brad Glosserman, especialista em políticas japonesas e professor da Universidade Tama. "Alguns ficaram alarmados com algumas de suas posições em relação à China e com o fato de que ele estaria pronto para fazer de tudo para garantir independência dos Estados Unidos", acrescentou.

Kishida "agora tem que provar que não é o mesmo" que perdeu no ano passado, de acordo com Glosserman.

g1
Portal Santo André em Foco

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