O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira (12) que a variante delta do coronavírus será predominante no mundo "em breve".
Ao menos 104 países já registram casos de infecção por esta variante do coronavírus, mais transmissível, segundo levantamento da agência de saúde das Nações Unidas.
"A variante delta está agora em mais de 104 países e esperamos que em breve seja a cepa da Covid-19 dominante em circulação mundial", disse o chefe da OMS em entrevista coletiva.
"O mundo está assistindo em tempo real enquanto o vírus da Covid-19 continua a mudar e a se tornar mais transmissível", afirmou o cientista.
Ghebreyesus reforçou o que vem dizendo publicamente de que enquanto países ricos pensam em doses de reforço, países pobres seguem sem proteger profissionais de saúde na linha de frente.
O diretor-executivo de emergências da OMS, Mike Ryan, reforçou a importância de vacinar a população mais vulnerável e afirmou que "os números são claros, são eles que estão morrendo, desprotegidos".
Variante delta
Em meados de junho, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, alertou que a variante delta do coronavírus vinha se tornando dominante no mundo por conta de sua "maior transmissibilidade".
Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes.
Quanto mais circula (transmitido de uma pessoa para outra), mais ele faz replicações – e maior é a probabilidade de ocorrência de modificações no seu material genético.
Mas isso não significa que ela seja resistente às vacinas. A chefe do programa de emergências da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou que as vacinas conseguem reduzir casos graves de Covid-19.
Ela reafirmou, no entanto, que as duas doses da vacina – quando a aplicação é feita em duas doses – são importantes para garantir a proteção completa.
Kerkhove também e alertou para o surgimento de uma "constelação de variantes" no futuro que pode se tornar um problema para a imunização se ela não for acelerada.
"A boa notícia é que até agora as vacinas funcionam contra a delta", disse a cientista. "Mas pode haver um momento em que surja uma 'constelação de mutações' e tenha uma contra a qual elas percam sua potência. É isso que queremos evitar o máximo que pudermos."
G1
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