Outubro 06, 2024

Trump se nega a assinar pacote de ajuda de US$ 900 bilhões contra impactos do coronavírus

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, se negou a assinar nesta terça-feira (22) a lei que implementa um pacote de alívio econômico de US$ 900 bilhões, contra os impactos da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

Trump afirmou que a legislação é uma 'vergonha', e exigiu que sejam feitas emendas ao texto aprovado pelo Congresso americano, na madrugada de terça.

"Realmente é uma vergonha", disse o presidente. Ele criticou a inclusão de ajuda financeira às pessoas que estão em situação irregular no país, e provisões para ajudar outras nações.

"Pedirei ao Congresso que elimine imediatamente os itens inúteis e desnecessários dessa legislação e apenas me envie um projeto de lei adequado", destacou.

O projeto faz parte de um pacote mais amplo, que inclui o orçamento do próximo ano, motivo pelo qual inclui verbas para a cultura e a ajuda a outros países.

O presidente também pediu que se aumente a ajuda às pessoas mais necessitadas estipulada em 600 dólares. Sobre a última questão, Trump pediu que o valor da ajuda passe para US$ 2.000 ou US$ 4.000 para um casal.

O plano de alívio, considerado essencial para a maior potência mundial, foi aprovado após meses de negociações árduas e a poucos dias do fim dos subsídios a muitos desempregados, no momento em que a covid-19 avança sem controle pelo país, ameaçando a recuperação econômica. Mas não pode entrar em vigor sem a assinatura do presidente.

Reações
A presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, reagiu no Twitter: "Os republicanos se negaram repetidamente a dizer o valor que o presidente desejava para os cheques diretos. Finalmente, o presidente concorda com 2.000 dólares. Os democratas estão prontos para levar isto à mesa esta semana e aprovar por consenso. Vamos a fazer".

E o senador republicano Lindsey Graham disse que, apesar do plano ser "imperfeito", é necessário que entre em vigor. "Quanto antes, melhor", escreveu no Twitter.

Pacote aprovado no Congresso
Além de pagamentos diretos à população vulnerável, o pacote traz auxílios a pequenos empresários e destinação de fundos para a distribuição de vacinas contra a Covid-19.

O pacote é bem menor que o primeiro, de US$ 2,2 trilhões, aprovado em março, mas era esperado com ansiedade pelo mercado financeiro. Os agentes contavam com novas medidas de incentivo à economia depois de uma desaceleração da retomada nos últimos meses.

Os EUA passam por uma forte onda de contágios e assistem novamente ao fechamento de comércios nos estados mais críticos. No dia 14, os EUA chegaram a 300 mil mortes pela doença.

Democratas e republicanos negociam os novos estímulos há meses, mas os partidos anunciaram neste domingo que haviam chegado a um acordo. A divisão dos auxílios ficou da seguinte forma:

  • Pequenas empresas: US$ 325 bilhões
  • Pagamentos diretos para a população: US$ 166 bilhões
  • Auxílio a desempregados: US$ 120 bilhões
  • Suporte às escolas: US$ 82 bilhões
  • Distribuição de vacinas e programa de testes: US$ 69 bilhões
  • Auxílio para aluguéis: US$ 25 bilhões
  • Outros: US$ 100 bilhões

Pequenas empresas
As pequenas empresas terão apoio de uma das principais medidas do pacote, que destina US$ 284 bilhões para os "empréstimos perdoáveis" dentro do Programa de Proteção aos Salários (Paycheck Protection Program), que deu resgate aos negócios durante a pandemia.

O chamado PPP concede empréstimos que podem ser perdoados se o dinheiro for usado para despesas como a folha de pagamento, aluguel e outros gastos primordiais. O novo aporte amplia a elegibilidade do programa para TVs e rádios locais.

Fora da rubrica de pequenas empresas, mas no ambiente de negócios, o plano também inclui ajuda de cerca de US$ 15 bilhões companhias aéreas, um dos setores mais prejudicados pela pandemia.

Pagamentos diretos e aluguéis
Foi aprovada uma nova rodada de pagamentos diretos para população, como reforço de renda. É a segunda parcela desde o início da pandemia, mas houve alteração de valores.

Desta vez, a parcela será de US$ 600 para cada adulto e mais US$ 600 para dependentes abaixo dos 17 anos. A quantia é menor do que a primeira rodada, que pagava US$ 1,2 mil por adulto e US$ 500 por dependente.

São elegíveis para o programa em sua totalidade quem teve rendimento em 2019 de até US$ 75 mil no ano para indivíduos solo, de US$ 112,5 mil para chefes de família ou US$ 150 mil para casal. A partir dessa quantia, há reduções proporcionais nos repasses.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda que os depósitos começarão a ser feitos do início da próxima semana. A medida deve impulsionar o consumo das famílias e dar ânimo ao crescimento do país.

Outros US$ 25 bilhões serão destinados a apoio aos inquilinos que estão com dificuldades no pagamento de aluguéis. Será estendido também até o fim de janeiro a lei que proíbe despejos de quem deixou de pagar por habitação.

Auxílio a desempregados
Será pago um auxílio extra a desempregados, mesmo os que não são elegíveis para o seguro-desemprego tradicional. O valor será de US$ 300 por semana, também menor que a primeira rodada (US$ 600).

Trabalhadores autônomos, que também não se enquadrariam nos critérios para seguro-desemprego, ganham ainda um adicional de US$ 100 por semana.

Um outro adendo também amplia o prazo para 50 semanas para que desempregados recebam auxílios de apoio a desempregados.

Vacinas e testes contra a Covid-19
O principal aporte do programa vai para os estados americanos formatarem programas de testagem e rastreamento de contatos para o combate ao coronavírus. São US$ 22 bilhões destinados exclusivamente para isso.

Os estados recebem outra porção dos recursos para a logística de distribuição de vacinas, ao lado de agências federais, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

G1
Portal Santo André em Foco

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