Abril 02, 2025

Justiça nega prisão domiciliar a pediatra acusado de estupros de crianças pela segunda vez

Pela segunda vez, o pediatra Fernando Cunha Lima, de 81 anos, teve o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça. A decisão, desta segunda-feira (31), foi tomada pela juíza Virgínia Gaudêncio, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, que destacou que as condições de saúde do acusado não impedem sua permanência no sistema prisional.

A defesa havia solicitado a mudança para a domiciliar alegando idade avançada, comorbidades e risco de vida em presídios.

O médico está detido desde 7 de março em Abreu e Lima, em Pernambuco, acusado de estupro de vulnerável durante consultas em João Pessoa. E há 10 dias, em 21 de março, teve o primeiro pedido de prisão domiciliar negado.

Em contato com a Rede Paraíba, a defesa informou que recorrerá da decisão. O processo tramita em segredo de Justiça.

Em sua decisão, a magistrada afirmou que a prisão domiciliar "não é um direito automático" mesmo diante de condições de saúde. Laudos médicos apresentados pela defesa confirmam doenças preexistentes, mas, segundo a juíza, não indicam "debilidade grave" que impossibilite o cumprimento da pena no sistema prisional.

Ela ainda citou que, enquanto foragido, Cunha Lima manteve rotina de convívio social e lazer. "Seus problemas pneumológicos não o privaram de momentos como tomar sorvete ou cerveja gelada", escreveu.

Transferência para a Paraíba
O pedido para que o médico permanecesse em Pernambuco também foi negado. A juíza determinou sua transferência urgente para a Paraíba, onde os crimes teriam ocorrido.

A Gerência Executiva do Sistema Penitenciário da Paraíba (Gesipe-PB) já solicitou a mudança ao estado vizinho.

Cunha Lima responde por dois processos: um com quatro vítimas e outro com duas. Uma das crianças teria sido abusada duas vezes, segundo o Ministério Público. Denúncias antigas, como a de uma sobrinha que alega abuso em 1991, também estão sendo revisadas.

Entenda o caso
Fernando Cunha Lima foi preso no dia 7 de março em Pernambuco, acusado de estuprar crianças durante consultas médicas. No momento da prisão, afirmou que ficaria "só dois dias" detido.

As primeiras denúncias surgiram em julho de 2024, quando uma mãe relatou à polícia que viu o médico tocando as partes íntimas de seu filho durante uma consulta em João Pessoa. Após a repercussão, outras vítimas procuraram a Delegacia de Crimes contra a Infância e Juventude, incluindo uma sobrinha do pediatra, que afirma ter sido abusada por ele em 1991.

O médico mantinha uma clínica no bairro de Tambauzinho e era conhecido por atender gerações de famílias na capital paraibana.

g1 PB
Portal Santo André em Foco

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