A primavera na Paraíba está com temperaturas de 2ºC a 2,5ºC mais altas que o normal para a estação. A meteologista Marle Bandeira, da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa), avalia que a primavera está “com cara de verão”.
“São temperaturas de verão. A primavera está mais quente que o normal. Em novembro, já registramos 39,2ºC, que é uma temperatura que normalmente é registrada no verão. Campina Grande, por exemplo, que tem máximas em torno de 31ºC, está registrando 33ºC”, comentou.
O dia mais quente do ano foi justamente na primavera, que começou em 23 de setembro: 39,5ºC, registrado no dia 31 de outubro, em Patos. O motivo, segundo Marle, é a influência do El Niño.
Segundo a meteorologista, o El Niño acontece por causa do aquecimento das águas superficiais da faixa equatorial do Oceano Pacífico. Esse aquecimento gera anomalias climáticas em várias regiões do planeta. No Norte e Nordeste do Brasil, o ar desce quente e seco e causa a ausência de nuvens.
“Por isso a seca no Norte, mesmo na época de chuvas. Temos a incidência direta da radiação solar, não tem um filtro para diminuir o aquecimento”, diz Marle.
Os efeitos do El Niño já foram sentidos no inverno, que teve temperaturas entre 1ºC e 1,5ºC mais altas, e devem continuar até junho de 2024. “Temos a perspectiva de um verão mais quente”, prevê a meteorologista.
Apesar das temperaturas fora do normal, os especialistas não consideram que a Paraíba passe por uma “onda de calor” porque, por estar localizada em uma faixa tropical, é “comum” ter temperaturas mais altas, segundo Marle.
Além disso, o glossário do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considera onda de calor quando são registrados cinco graus acima do normal em partes daquela área durante pelo menos dois dias.
A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) informou que, por causa do aumento da temperatura, o consumo de água na Paraíba aumentou. Em Campina Grande, o crescimento foi de aproximadamente 34%, de 1 a 31 de outubro. Nesse mesmo período, o salto em João Pessoa foi de 30%, em média.
g1 PB
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