Outubro 03, 2024

Manchas escuras são vistas em ao menos 39 praias do Nordeste, mas origem segue indefinida

O surgimento de manchas escuras tem surpreendido banhistas em pelo menos 39 praias do Nordeste (veja a lista ao final da reportagem). Desde o início de setembro, a substância é vista em oito dos nove estados da região. Ao menos seis animais, entre tartarugas e aves marinhas, foram afetados pelo material.

Em praias de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a substância foi identificada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como hidrocarboneto, derivado do petróleo. Como as análises ainda estão em andamento, não é possível saber a origem da substância.

O G1 questionou se o Ministério vai monitorar as praias do Piauí, Maranhão e Sergipe, onde banhistas também relataram ter visto uma substância oleosa e escura na areia, e aguarda retorno.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), equipes da instituição têm atuado na coleta e na análise do material para identificar como ocorreu e quem é o responsável pelo descarte. A prática é considerada crime ambiental, com multa que varia de R$ 50 a R$ 50 milhões.

Em Pernambuco, um dos primeiros estados a registrar o aparecimento das manchas, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) atua em conjunto com o Ibama, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Capitania dos Portos para investigar se a substância foi descartada por alguma embarcação.

“Nosso próximo passo é fazer uma reunião com órgãos estaduais de meio ambiente de outros estados para tentar identificar a origem desse descarte”, afirma o diretor de controle de fontes poluidoras da CPRH, Eduardo Elvino.

"O material está sendo coletado e os resultados estão sendo compilados. As prefeituras dos municípios em que as manchas apareceram também estão sendo orientadas em relação a como descartar o material", afirma a coordenadora técnica do Ibama em Pernambuco, Lisânia Pedrosa.

Por recomendação do MMA, banhistas e pescadores não devem ter contato com o material. Caso banhistas identifiquem a substância no mar ou nas praias, é preciso informar à prefeitura para que o óleo seja recolhido e tenha o destino adequado.

Veja o que foi visto em cada estado
Alagoas
Nas praias de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió, também foram identificadas manchas no dia 17 de setembro. Uma substância semelhante também apareceu nas praias de Guaxuma e Maragogi, também no litoral alagoano.

As praias do Francês, em Marechal Deodoro; de Carro Quebrado, em Passo de Camaragibe; Japaratinga e Barra de São Miguel também tiveram aparecimento recente de manchas. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, a Marinha e o Ibama foram acionados para analisar a substância e identificar de onde o material veio.

Ceará
No sábado (21), banhistas também relataram ter visto uma substância semelhante nas praias do Futuro, Porto das Dunas e Sabiguaba, em Fortaleza; Cumbuco, na Região Metropolitana da capital; de Fortim, no Litoral Leste; e Paracuru e Mundaú, no Litoral Oeste. Uma tartaruga e uma ave marinha foram afetadas pelo material (veja vídeo acima).

Segundo a Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Ceará, os municípios que registraram aparecimento da substância devem ser notificados sobre como proceder em relação ao problema.

Maranhão
No Maranhão, uma tartaruga-marinha também foi encontrada morta na segunda (22). O animal foi recolhido na praia de Itatinga, no município de Alcântara, a 30 km de São Luís. Segundo o banhista que encontrou o animal, havia manchas de óleo na areia da praia e a tartaruga estava agitada.

Paraíba
No início de setembro, houve registro de manchas escuras nas praias do Bessa e de Manaíra, em João Pessoa. Banhistas que passaram pelas localidades, entre eles crianças, ficaram com o material grudado no corpo.

Pernambuco
No início de setembro, manchas escuras foram encontradas por banhistas na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Segundo a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), o material também foi visto nas praias Del Chifre, em Olinda; Candeias, em Jaboatão dos Guararapes; Gamboa, em Ipojuca; Ilha de Cocaia e Paiva, no Cabo de Santo Agostinho; e Carneiros e Tamandaré. Duas tartarugas foram afetadas.

Segundo a CPRH, o aparecimento de manchas não tem relação com o vazamento de óleo na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), registrado dias antes. A substância que vazou não chegou ao mar, segundo a Agência, e tem densidade diferente do piche encontrado nas praias do litoral pernambucano (veja vídeo acima).

Rio Grande do Norte
De acordo com o MMA, as primeiras manchas foram vistas em Natal, na praia da Via Costeira, e Muriú, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Também houve registro de manchas nas praias de Camurupim, em Nísia Floresta; e em Pipa, no município de Tibau do Sul. As áreas mais afetadas até esta terça (24) são as praias de Pirambúzios e Barra de Tabatinga, em Nísia Floresta, e a foz dos rios Pirangi do Sul e Pium.

Na segunda (23), uma tartaruga da espécie oliva foi encontrada morta e coberta por óleo na praia de Redinha, em Extremoz. O animal apresentava a substância no casco e na mucosa da cavidade oral. Profissionais do Aquário de Natal recolheram a tartaruga e iniciaram o tratamento.

Piauí
A coordenação de emergência do Ibama também encontrou manchas escuras na Ilha dos Poldros, no Delta do Parnaíba. Na área, um surfista encontrou uma tartaruga morta e coberta por óleo.

De acordo com o chefe da Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba, Daniel Castro, as praias do estado não foram atingidas pelas manchas devido à força da correnteza do Rio Parnaíba e das correntezas marítimas da região.

Sergipe
Na manhã desta terça (24), manchas foram localizadas na praia de Pirambu. Equipes do Ibama e da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) seguiram até a área para coletar o material.

G1
Portal Santo André em Foco

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