Em dezoito anos, de 2003 a 2021, cerca 550 paraibanos foram resgatados de condições análogas à escravidão. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), nesta quinta-feira (21), a partir de dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas.
Pensando em prevenir e combater o tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo, o Ministério Público do Trabalho lança nesta sexta-feira (22), os projetos ‘Liberdade no Ar’ e ‘Educar para não resgatar’. Este último é realizado em parceria com a Secretaria de Educação de Campina Grande. O lançamento acontecerá no auditório da Procuradoria do Trabalho, em Campina Grande.
A procuradora do Trabalho, Marcela Asfóra, explica que o número anual de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão estava diminuindo desde 2007, quando houve um pico, porém um crescimento no total de resgatados voltou a ser observado desde 2018.
“Tem nos preocupado o fato do aumento anual do número de trabalhadores escravos resgatados. Após um pico em 2007, o número de resgates anual vinha diminuindo, até que em 2018 passou-se a observar aumento do número de trabalhadores resgatados ano após ano. Associa-se este incremento à maior vulnerabilidade socioeconômica das pessoas ante o momento de crise econômica vivenciada no país”, explicou.
Perfil dos resgatados
Entre os paraibanos resgatados em 2022, estão três da cidade de São José de Piranhas e um de Monte Horebe que foram encontrados em uma plantação de maçãs no estado de Santa Catarina. Sobre o perfil dos resgatados, a procuradora Marcela Asfóra destaca que a maioria estudou no máximo até o ensino fundamental e muitos foram vítimas do trabalho infantil.
“Os dados demonstram que os trabalhadores resgatados geralmente possuem baixa escolaridade, 62% não concluíram sequer o 5º ano do ensino fundamental. Desse total, 26% são analfabetos e muitos foram, também, vítimas do trabalho infantil”, informou.
g1 PB
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