O respeito pelo sagrado
O respeito pelo sagrado requer de nós uma revisão de nossa postura diante de nossa fé e daquilo que praticamos. Começo a reflexão de hoje com um belo conceito sobre a palavra “sagrado” que significa aquilo que é relativo ou inerente a Deus, a uma divindade, à religião, ao culto ou aos ritos, o que é sacro, o que é santo, relativo à liturgia e a um conjunto de ritos e crenças.
Sagrado remete às nossas práticas relacionadas diretamente a uma religião, a manifestação dela através da espiritualidade. Viver o sagrado requer de nós uma revisão de nossa postura diante de nossa fé e daquilo que praticamos.
O respeito pelo sagrado
Como é bonito perceber a fé expressa ao sagrado, que nos convida a uma série de gestos. Particularmente, a Semana Santa traz consigo uma série de celebrações, com gestos, significados. E para bem dispor-nos a este período de verdadeiro “retiro” espiritual, a Igreja nos convida a ter o respeito pelo sagrado.
O Código de Direito Canônico afirma que “em lugar sagrado só se aceite aquilo que favoreça o exercício e a promoção do culto, da piedade, da religião; proíba-se tudo quanto for inconveniente à santidade do lugar.” Porém, quanto nos falta, muitas vezes, ao visitar lugares santos, Igrejas, Santuários, lugares de peregrinação, uma postura de respeito, não é mesmo? Temos respeito pela casa de um amigo ou familiar e uma conduta própria. Pergunto-me, por qual motivo deixamos de lado o zelo com a casa de Deus e a vivência respeitosa e digna do daquilo que é sagrado?
Respeito esse manifesto em nossas posturas, gestos, em nosso comportamento. Respeito ao silêncio, necessário ao Sagrado. Respeito a um lugar que nos leva ao centro de nossa fé.
Somos integrados e vivemos de forma integrada ao nosso meio social, e nossa integração saudável como pessoa engloba a expressão de nossa espiritualidade, nossa manifestação de fé e daquilo que somos. Ao mesmo tempo, chocamo-nos com um tempo onde precisamos, cada vez mais, estar atentos, porque somos conduzidos ao contrário, somos conduzidos a uma dessacralização, ou seja, afastados da espiritualidade, que nos leva ao movimento contrário, de falta de fé no Sagrado e até mesmo convivendo com uma banalização dessas realidades.
Os ritos e suas práticas, as posturas e as condutas no ambiente sagrado pedem de nós essa postura. Não seria importante estamos inteiros e atentos ao que nos conduz?
Se nos preparamos para uma festa de aniversário com nossa melhor roupa e melhor apresentação, por que assim não fazemos quando estamos num lugar de espiritualidade?
Viver com amor nossa experiência espiritual sagrada
Na contramão do mundo que nos empurra para uma banalização e dessacralização progressiva, somos convidados a viver com amor nossa experiência espiritual e sagrada.
“O sagrado é uma vivência inefável que não se expõe com clareza, ao contrário, aparece pleno de mistério, suscita perplexidade e atrai o ser humano de maneira arrebatadora, faz que ele estremeça e sobre ele exerça fascínio. Seu caráter irracional faz que sua existência não possa ser provada, e a torna intraduzível em palavras, tanto que os sentimentos comuns não são capazes de expressar tamanha riqueza.” (Giovanetti, 2004)
Faça um reencontro e leve outras pessoas também para essa retomada com a beleza expressa no sagrado e se revista dessa graça.
“O zelo da tua casa me consome; as ofensas dos que te insultam caíram sobre mim”. (Sl 69,10)
Um abraço!
Elaine Ribeiro
CANÇÃO NOVA
Portal Santo André em Foco
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