O presépio e os pobres
Ninguém pode celebrar um Natal genuíno sem ser verdadeiramente pobre. De fato, quando olhamos para “o presépio e os pobres”, devemos nos inserir neste cenário. Meu presépio é sempre montado no primeiro domingo do Advento, pois é sugerido como sendo o melhor dia.
Fico aguardando ansiosa para retirar da caixa organizadora as várias peças que adquiri há bastante tempo, com muitas figuras de animais e de pastores, além dos reis magos.
O presépio e os pobres
E vou colocando as pecinhas uma a uma, dispondo-as sobre o meu aparador com tampo de vidro. Nem sempre espalho serragem verde sobre o tampo porque o vento desta época do ano espalha a serragem por toda a sala.
Enquanto coloco as peças uma a uma, procuro colocar-me com elas naquele cenário. Mas uma coisa sempre me impressiona: ali só tem personagens pobres! Os reis magos são exceção, mas eles só vão chegar mais tarde. Tudo o mais inspira simplicidade e despojamento, como os pastores, os animaizinhos e a própria família de Nazaré.
O profeta Isaías vem nos dizer que: “O Espírito do Senhor Iahweh está sobre mim, porque Iahweh me ungiu; enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos, a libertação dos que estão presos” (Is 61, 1).
Todos os que são destinatários do anúncio são os mais necessitados dele, porque estão com os corações debilitados, estão privados de liberdade, precisam desta consolação.
Jesus encontra acolhida num coração dócil
Ainda que rico, Jesus se fez pobre com os pobres; entre eles Ele encontra acolhida, coração despojado, boa vontade. Ele come com eles, dorme com eles, é seguido por eles. Mesmo quando está entre os ricos, Jesus não se comporta como eles: sua comitiva é de pobres, seus modos são dos pobres, suas necessidades são as dos pobres.
Peguei-me pensando na Virgem Maria e em São José, viajando para Belém, por conta daquele recenseamento. Sendo pobres, quanta bagagem teriam levado? As Sagradas Escrituras dizem que, quando Jesus nasceu, Sua mãe o envolveu em faixas. Imagino também que a estrebaria (ou gruta), não seria uma opção para uma família abastada, mas foi do que eles se serviram em vista da proximidade do parto.
Advento é tempo também de despojamento. Este caminho de preparação deve ser feito na leveza, no desapego, no deixar passar o que passa.
Quem carrega muito peso não consegue apreciar a beleza da viagem.
Sua irmã,
Maria Helena Barbosa
Comunidade Canção Nova
CANÇÃO NOVA
Portal Santo André em Foco
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