A ternura faz bem para todos
Nem sempre temos clareza do que seja a ternura, mas todos dela sentimos necessidade. Ternura revela um coração educado e sensível para quem a comunica e para quem a recebe, confirma uma necessidade humana favorável. Há quem diga: “Ternura não é tudo, ternura não dá lucro!”. A rigidez das leis, a impiedade de um capitalismo selvagem e o senso de desumanidade podem produzir tais convicções.
Porém, sem ternura a convivência humana seria um cenário desagradável de frieza, um purgatório antecipado e um jardim sem flores. Exatamente quando a humanidade experimenta a desconfiança, o desânimo e a depressão, faz-se ainda mais necessária a ternura como recurso de esperança, humanização e transformação.
As crianças de nosso tempo, muito mais do que objetos de distração, necessitam contar com a terna atenção de um pai e de uma mãe que os ajude a educar o coração. Os jovens, aparentemente frios e autossuficientes, tantas vezes se rebelam com suas formas de linguagem, como revolta por lhes faltar compreensão, ternura e o carinho dos adultos.
Os homens e as mulheres de nosso tempo esperam que alguém os escute. Todos sentem necessidade de palavras de ânimo e consolo, gestos de apoio e de bondade, proximidade de perdão e de alegria verdadeira. Somos chamados a levar a todos o abraço de Deus, que se inclina com ternura de mãe sobre nós.
A ternura de Deus é a expressão de sua misericórdia. Ele nunca chega para condenar, mas para salvar. A ternura do Pai do Filho pródigo move-o a ir ao encontro e não ficar esperando como juiz a volta do filho. Sua ternura não grita cobrando que o filho traga de volta a herança perdida, nem as roupas que ficaram no caminho. O que lhe importa é a volta do filho que estava perdido e foi encontrado, estava morto e reviveu. Essa ternura oferece festa em lugar de castigo, porque o Pai sabe que a bondade é o melhor remédio para tocar o coração. O bem sempre se difunde.
Se necessitamos de vigor para não sermos como caniços agitados pelo vento, também necessitamos da ternura para não sermos como a terra seca do sertão. A relação terna entre os cristãos, a sensibilidade pelas fragilidades que a todos podem atingir e a verdadeira fraternidade do “vede como eles se amam” é o primeiro e mais crível evangelho que podemos contar. Como Deus se manifesta “na brisa suave” e não no trovão, assim o testemunhamos entre os humanos, quando o revelamos na ternura.
Problemas existem e sempre existirão para todos, mas a forma terna de caridade com que os tratamos poderá ser o remédio mais eficaz para as feridas que nos machucam. “No tempo em que a fragmentação dá razão a um individualismo estéril e de massa e a fraqueza das relações desagrega e estraga o cuidado do humano, somos convidados a humanizar as relações de fraternidade para favorecer a comunhão dos espíritos e dos corações no modo do Evangelho, porque existe uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a Cristo” (Papa Francisco).
Frei Luiz Turra, ‘No Coração da Vida’, Programas Radiofônicos Vol. 03.
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