Superando a mesmice pela criatividade
A vida ensina que a mesmice é o caminho para a rotina e a rotina é o túmulo da esperança. Um segundo, um minuto, uma hora, um dia e uma semana depois da outra, pode dar a impressão de que estejamos dentro de uma roda que gira e nos devolve sempre no mesmo lugar.
Afinal, o que faz acontecer a mesmice na vida de alguém? Na verdade, esta palavra não é bem-vinda! Ela traduz uma experiência negativa de quem vive de forma automática e age como se fosse um robô sem alma, nem sentimentos e sem consciência do que é, do que diz e do que faz.
A mesmice pode ser revelada nas palavras que falamos, nos atos que fazemos e até mesmo nos relacionamentos cotidianos. Por exemplo: quando alguém fala sempre a mesma coisa e não consegue falar de outro assunto a não ser do tempo, das doenças e das desgraças, isto é mesmice.
Mesmice é a teimosia de quem acha que nada de novo tem a inventar e nada tem a acrescentar. Mesmice é bater o pé sempre no mesmo chão e achar que não há mais caminho a percorrer. Mesmice é achar que já sabemos tudo e fechamos a mente e o coração para qualquer aprendizado.
Quero deixar claro que a mesmice não se confunde com fazer as mesmas coisas, nem em repetir as mesmas palavras ou frases, nem mesmo percorrer sempre os mesmos caminhos. O que faz a diferença são as motivações e o conteúdo interior que se cultiva para que tudo o que repetimos seja sempre resultado de renovadas intenções e profundas convicções.
O que deprecia a vida é estagnar na mesmice e não ousar fazer mais nada a não ser o que está estabelecido como obrigação. Há pessoas que trabalham em fábricas e só fazem a mesma coisa há muitos anos, mas conseguem ser criativas dedicando tempo para leitura, trabalhos artesanais e até mesmo no cuidado da horta, do jardim e de sua propriedade.
Conheço operários que se ocupam na mesma atividade durante oito horas por dia e acionam a criatividade para outros cuidados domésticos, transformando sua propriedade em verdadeiros cartões de visita. Os inconformados com a mesmice procuram sempre novas maneiras de ocupar-se. Felizmente, aumenta em nossos dias o número dos voluntários e voluntárias que somam ajudas em obras sociais, em movimentos que defendem e promovem a vida e não cedem à tentação da rotina.
Em todas as nossas regiões, há histórias de pequenas empresas de família que iniciaram de forma muito primária e artesanal. Mesmo produzindo os mesmos produtos e vivendo nos mesmos espaços conseguiram fazer caminhos de criatividade e se tornando grandes empresas de sucesso.
O melhor da criatividade não é fazer sempre e tudo novo. A boa criatividade é aquela que consegue atualizar, qualificar e aprimorar a partir do chão de nossas conquistas já obtidas.
Frei Luiz Turra
COMECE O DIA FELIZ
Portal Santo André em Foco
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