Novembro 27, 2024

MENSAGEM DO DIA - 6 de outubro de 2020

Católico pode usar mantras?

A palavra Mantra tem origem no Sânscrito, antigo idioma da Índia. Para os Hindus, pronunciar ou ouvir um mantra é uma forma que favorece a ativação das qualidades divinas, abrindo nossas mentes e nossos corações para os planos superiores. “Um mantra é basicamente uma oração” (Swami Vagishanada). O segredo do mantra é a repetição que favorece a concentração da mente, o relax corporal e a sintonia do espírito. Mantra não é o ponto de chegada, mas uma ajuda para se pôr em estado de meditação.

Originariamente, mantras designam sons repetidos que atingem a corrente sanguínea e provocam a entrega da mente. Aliás, a dimensão da passividade correta é um elemento indispensável para a experiência do mistério. Se para nós cristãos não cabe o mantra segundo a sua origem, como som difuso e indefinido, não há porque duvidar do “estilo mântrico” como um ótimo recurso para a oração, a meditação e a contemplação.

Nossa linguagem e nosso pensamento são limitados e, até mesmo, inadequados para expressarem e refletirem a simplicidade e a atualidade deste mistério que nos envolve. Na realidade não é só de linguagem, nem só de pensamento que precisamos. Necessitamos sintonizar com o mistério que existe em nós, com o silêncio, dentro do qual vemos nosso próprio espírito. Uma palavra ou uma expressão forte pode nos ajudar. E a ajuda é tanto maior quanto melhor é o estilo musical.

Quando as pessoas prestam atenção ao que há de melhor em si mesmas, escutam suas vozes íntimas, percebem que são o eco de outra voz anterior. Dessa percepção temos expressões em todas as culturas. Ninguém pode deter essa verticalidade que se expressa simbolicamente na arte, nos mitos etc.

Em se tratando de “estilo mântrico” como recurso de acolhimento e sintonia, Santa Teresa nos lembra que o mais importante na oração consiste em nos dispormos a aceitar e receber. “Não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26). A quietude e o silêncio são elementos universais do espírito humano.

Com muita frequência o conselho prático dos mestres de oração se resume num simples incentivo: “Proclame o seu mantra”. Uma palavra, ou uma breve súplica carrega dentro de si uma riqueza que, na medida da sintonia, vai se revelando e nos enriquecendo.

A admirável tradição do mantra na oração cristã, pode ser atribuída, sobretudo à sua eloquente simplicidade. Ele nos leva a uma quietude atenta da mente, do corpo e do espírito. Ninguém fica excluído por não saber ler ou por ser simples. “Deus se revela aos simples e pequeninos”.

Frei Luiz Turra

Pesquisa: Arimatéa Porto
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