Setembro 30, 2024

Cumprir competências da redação do Enem é essencial para obter boa pontuação, diz professora

Zerar a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o grande ‘monstro’ que todo candidato teme. A preparação para a prova, além de exigir dos estudantes o estudo de várias áreas de conhecimento, cobra também a atenção para as cinco competências, divulgadas na cartilha do INEP, para que os participantes construam uma boa redação, garantindo assim, uma pontuação alta.

O G1 conversou com a professora e especialista em redação, Anne Cléa, que explicou as exigências e deu dicas de como cumpri-las.

“Escrever não é uma questão de dom, é questão de técnica”, afirma Anne, que usa as redes sociais para compartilhar dicas de redação. De acordo com a professora, é importante o candidato entender que cada competência exigida na redação estão conectadas, e ao final são elas que vão totalizar a nota dele.

Competência 1
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa

A primeira exigência presente na cartilha do INEP é a mais complexa, “mas não é coisa de outro mundo”, afirma Anne Cléa. De acordo com a professora a competência pede do estudante aquilo que ele vem aprendendo ao longo do ensino médio. “Sempre é bom revisar os pontos que se tem mais dificuldades na hora de escrever, a dica é revisar as correções feitas pelos professores da escola ou do curso e analisar por quais motivos houve a retirada de pontos nesta modalidade”, ressaltou.

Segundo Anne, os alunos ‘pecam’ quanto a utilização do registro formal da língua e acabam transcrevendo frases típicas da oralidade. Por exemplo, frases como “as pessoas devem abrir os olhos”, ou “aí deve ser feito alguma coisa pra mudar o problema”, devem ser evitadas. “É preciso ficar atento a formalidade da língua, porém não precisa também exagerar na escolha de vocábulos que são considerados obsoletos, complicadas de serem entendidas, corre o risco de ocorrer até o uso inapropriado da palavra, pois sem o conhecimento adequado o candidato pode cometer um equívoco”, explicou a professora.

Ainda dentro da competência exigida, a especialista enfatiza outro ponto importante:o uso da crase (ou a ausência dela). Anne explica que errar nesse quesito, além de ser um desvio grave, compromete a coesão e coerência textual.

Mais um ponto que merece atenção, é o uso da expressão “a mesma” para substituir palavras. “Segundo a norma gramatical, a expressão e suas variações é um pronome demonstrativo de ênfase e não de substituição, ou seja, só deve ser usado para enfatizar um substantivo ou pronome”, explicou Anne, acrescentando a importância de utilizar um vasto vocabulário para o texto, para que sejam evitadas repetições desnecessárias.

Competência 2
Compreender a proposta da redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa

Sobre a segunda exigência da cartilha, Anne frisa que é necessário ter cautela, pois a competência cobra três aspectos fundamentais: adequação ao tema, isto é, entender qual o recorte temático; a escrita de acordo com a estrutura do texto dissertativo- argumentativo: introdução, desenvolvimento e conclusão e a utilização de um bom repertório sociocultural, que seja pertinente ao tema.

A especialista explica que o candidato pode utilizar no texto conteúdos das demais disciplinas, criando uma intertextualidade. “Na prática de um tema de redação sobre o tema “Desafios para popularização da vacina no Brasil”, o aluno pode fazer uma referência a um fato histórico conhecido como “Revolta da Vacina”, ressaltou.

Anne esclarece que estudante deve observar que “pode utilizar dos recursos que conseguir lembrar na hora de fazer a prova, mostrando criatividade e não frases prontas encaixadas, muitas vezes, de forma desorganizada”.

Competência 3
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

Sobre a terceira exigência, Anne ressalta que o candidato deve se atentar para o projeto textual, ou seja, ele deve escrever muito, antes do próprio rascunho. “Chamo de ‘chuva de ideias’ o esboço da ideia que o texto deve seguir, pois é necessário seguir uma lógica inicial: apontar o tema, determinar qual é o problemas e mostrar o ponto de vista que será defendido por meio dos argumentos”.

Nesta etapa, é importante que o aluno não esqueça de elaborar os tópicos frasais e desenvolvê-los ao longo dos parágrafos. “Também deve ser lembrado que o texto segue para conclusão, que com certeza precisa está conectada com o que foi dito, no qual o aluno deve resolver tais problemas apontados por ele”, explicou a professora.

Competência 4
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação

Segundo Anne Cléa, para cumprir a quarta competência da cartilha é necessário observar as ligações feitas entre os períodos e parágrafos, com a finalidade de criar um mecanismo linguístico capaz de interligar todas as ideias.

Nesta etapa, o candidato poderá utilizar conjunções, como: porém; todavia; portanto; além disso. Também é indicado usar pronomes para substituir ou sinônimos para evitar repetições de palavras.

Competência 5
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos

A última exigência da cartilha leva em consideração o que foi defendido como o problema inicial no texto. Nesse caso, o último parágrafo da redação deve expor como poderá ser resolvido o que foi apontado como problema.

“O aluno deve lembrar que precisa retomar as teses e puxar para intervenção, apresentando: o que deve ser feito, quem fará, como fará e para quê isso deve ser realizado, não esquecendo de detalhar um desses aspectos”, orienta a professora.

Anne finaliza compartilhando uma dica para fechar o cumprimento das competências com chave de ouro. “É importante analisar os agentes sociais mais adequados para cada ação, bem como respeitar os direitos humanos, não propondo resoluções que venham ferir os preceitos desse documento”.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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