O consumo de etanol hidratado no Brasil em 2019 teve alta de 16,2% na comparação com o ano anterior ante uma queda de 0,56% no consumo de gasolina. É o que informou nesta terça-feira (18) a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) ao apresentar o balanço do mercado de combustíveis.
Segundo a ANP, a alta no consumo de etanol ocorreu "em grande parte, pelo ganho de competitividade em relação à gasolina". O diretor da agência Felipe Kury, que classificou o etanol como "a vedete" do ano no mercado de combustíveis destacou que a alta do consumo também se deu "graças a uma safra recorde de cana de açúcar".
Foram consumidos no país 22,5 bilhões de litros de etanol hidratado em 2019, ante 19,4 bilhões em 2018. Já o consumo de gasolina C caiu de 38,4 bilhões para 38, 2 bilhões de litros no mesmo período.
O etanol anidro, misturado à gasolina, acompanhou a queda de 0,56%. Com isso, o etanol total (soma do anidro ao hidratado) registrou alta de 10,38%, passando de 29,8 bilhões para 32,9 bilhões de litros.
'Indício de recuperação econômica'
O consumo total de combustíveis no Brasil teve alta de 2,89% em 2019 na comparação com 2018 - aumentou de 136 bilhões para 140 bilhões de litros. A ANP apresentou como destaque, além da alta expressiva do etanol, o crescimento de 2,97% na comercialização de diesel B, que saltou de 55,6 bilhões para 57,3 bilhões de litros.
"Essa elevação é um indício de recuperação econômica, tendo como principal motivo o aumento no licenciamento de veículos novos (ônibus e caminhões) e aquecimento da economia", destacou a ANP.
Também houve alta de 8,61% nas vendas de biodiesel, que saltou de 5,4 bilhões para 5,8 bilhões de litros. Este resultado, segundo a ANP, é reflexo do aumento da mistuta obrigatória do biocombustível ao diesel estabelecido em setembro.
Gas, QAV e óleo combustível em queda
Em contrapartida à alta de etanol, gasolina e diesel, as vendas de gás liquefeito (GLP), querosene de aviação (QAV) e de óleo combustível tiveram quedas, respectivamente de 0,3%, 2,57% e 18,25%.
Segundo a ANP, o consumo de GLP caiu em função do aumento dos preços médios ao longo do ano. Já a redução da QAV refletiu o encerramento das operações da Avianca no país, além do aumento do aproveitamento de 2,3% dos voos. Em relação ao óleo combustível, a agência destacou que ela se dá em função da "continuidade do processo de substituição tecnológica por combustíveis mais limpos".
Questionado sobre projeções do mercado para 2020, o diretor da ANP Felipe Kury disse que as expectativas são otimistas, mas não apontou números.
"Acho que tem tendência de crescer se continuar no ritmo que está, a menos que aconteça alguma coisa não prevista. Então, a gente está otimista para 2020", disse.
G1
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