Outubro 03, 2024

Bovespa cai no último pregão, mas termina 2019 com a maior alta em 3 anos

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda nesta segunda-feira (30), último pregão do ano, mas acumulou em 2019 a maior alta dos últimos três anos.

O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,76%, a 115.645 pontos. Apesar disso, o índice acumulou alta de 6,85% em dezembro e de 31,58% em 2019 – a maior variação anual desde 2016.

Desconsiderada a inflação, o retorno do Ibovespa foi de 27,6% no ano, segundo a Economatica, também o maior desde 2016.

No pregão anterior, na sexta-feira, o índice fechou em queda de 0,57%, a 116.533 pontos.

Cenário local e externo
Com o noticiário corporativo pouco movimentado, o mercado analisou nesta segunda a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, que mostrou leves ajustes para cima no PIB e na inflação deste ano e de 2020, segundo a Reuters.

O levantamento mostrou que a expectativa para o crescimento do PIB passou de 1,16% para 1,17% em 2019 e de 2,28% para 2,30% no próximo ano. Já a estimativa para a inflação passou de 3,98% para 4,04% para 2019 e de 3,60% para 3,61% em 2020, seguindo confortavelmente abaixo das metas para os períodos – 4,25% este ano e 4% em 2020.

Ações que mais ganharam e perderam no ano
No ano, os papéis de Qualicorp foram os que mais subiram dentre os que compõe o Ibovespa, acumulando mais de 240% de alta. Na sequência vêm BTG Pactual (235%), Via Varejo (154%), Notredame Intermédica (136%) e JBS (123%).

No lado oposto, apenas seis empresas do índice registraram desvalorização. As ações da Braskem tiveram o pior desempenho (-35%), seguidas de CVC Brasil (-28%), Embraer (-9%), Smiles (-3,6%), Ultrapar (-1,8%) e Cielo (-0,6%).

Maior alta em 3 anos
O mercado de ações se tornou mais atrativo em 2019 em meio aos sucessivos cortes na taxa básica de juros (Selic), que começou o ano em 6,5% ao ano e termina em 4,5% – a menor desde que foi estabelecido o regime de metas de inflação no país.

Ajudada ainda por outros fatores, como juros baixos também no exterior e um clima positivo nos mercados mundiais, a bolsa brasileira bateu recordes em 2019. Em março, o Ibovespa alcançou os 100 mil pontos pela primeira vez. E em dezembro, chegou aos 117 mil. A máxima de fechamento do ano foi registrada no dia 26 de dezembro, quando o Ibovespa encerrou a sessão aos 117.203 pontos.

A sequência de recordes da Bovespa em 2019 também é explicada pela maior entrada de investidores. Em 2019, a quantidade de brasileiros que investem na bolsa praticamente dobrou, chegando a 1,6 milhão de pessoas físicas.

Este é o quarto ano consecutivo de ganhos do Ibovespa, que passou de 87.887 pontos no final de 2018 e rompeu m 2019 pela primeira vez o patamar dos 100 mil pontos.

Este também foi o segundo ano de crescimento mais rápido da década, após a disparada de quase 39% em 2016. Esse salto ocorreu após a queda de mais de 13% em 2015, quando o país afundava em uma recessão.

Para analistas da XP, o desempenho da bolsa este ano também foi guiado pela recuperação econômica do país, ainda que ela esteja acontecendo de forma mais lenta do que o esperado inicialmente.

"O fim do ano se mostrou mais encorajador, dando indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico", disseram, acrescentando que esperam que o Ibovespa chegue ao patamar de 140 mil pontos ao final do próximo ano.

Para analistas da Levante Investimentos, o avanço da economia passa pela continuidade da agenda de reformas do governo, que já aprovou mudanças nas regras da Previdência neste ano.

"A inclinação do Congresso em promover ajustes fiscais, tributários e regulatórios fortalece a aceleração do crescimento para o ano que vem, o que pode ser recebido com muito bons olhos", afirmaram em nota.

George Wachsmann, sócio-fundador da gestora de investimentos Vitreo, avalia que 2020 deve ser um novo ano de forte alta na bolsa, já que a expectativa do mercado é de que os juros continuem baixos e a inflação controlada, mas ele também condiciona o crescimento econômico ao andamento da agenda de reformas.

"Se o governo conseguir, a despeito de todas as confusões políticas, seguir na trilha de colocar as reformas em andamento e mantiver o país no rumo do ajuste fiscal, temos tudo para ter mais dois ou três anos de recuperação na economia", afirmou.

No âmbito internacional, Wachsmann destaca que a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que trouxe volatilidade para os mercados em todo o mundo em 2019, encerrou o ano "em seu melhor momento" e que esse tom deverá permanecer em 2020, ano de eleições nos EUA.

Nesta segunda, um assessor da Casa Branca disse que um acordo entre os dois países pode ser assinado na próxima semana.

Outras bolsas no mundo
A bolsa brasileira não foi a única a ter altos rendimentos este ano, fortalecidos nas últimas semanas com os sinais de um acordo para acabar com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

Em Wall Street, o Dow Jones e o Nasdaq acumulam ganhos de 22% e 35%, respectivamente. Na Europa, o DAX de Frankfurt ganhou 26% e o CAC 40 de Paris, 27% – o mesmo que o FTSE MIB de Milão.

G1
Portal Santo André em Foco

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