Outubro 01, 2024

Dólar volta a alcançar R$ 4,27 após recorde na véspera

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (27), após ter renovado máxima nominal de fechamento, com os investidores atentos à atuação do Banco Central diante da disparada recente da moeda norte-americana.

Às 14h25, o dólar subia 0,49%, a R$ 4,2600. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,2711. O dólar turismo era negociado ao redor de R$ 4,45, sem considerar os impostos.

Por volta das 12h30, o Banco Central fez mais um leilão extraordinário da moeda – o terceiro em três dias – para tentar conter a alta.

Na véspera, a moeda dos EUA fechou em alta de 0,63%, a R$ 4,2394. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,2771 – maior cotação intradia já registrada, sem considerar a inflação. O recorde anterior tinha sido registrado em 24 de setembro de 2015, quando bateu R$ 4,2484.

Com a disparada dos últimos dias, o dólar acumula alta de 5,73% na parcial do mês. No ano, o avanço é de 9,43% frente ao real.

O que explica a alta?
Na véspera, o dólar reagiu a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".

A disparada do dólar obrigou o Banco Central a reforçar a intervenção no mercado de câmbio. Por volta das 11h05, a alta da moeda teve uma leve desaceleração, depois que o BC vendeu dólares no mercado à vista, em leilão extra, com taxa de corte de US$ 4,232. Um segundo leilão à vista foi feito por volta das 15h30, com corte de US$ 4,2390, devolvendo a cotação para baixo de R$ 4,25.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as intervenções poderão se repetir nesta quarta-feira se a autoridade monetária observar novos gaps de liquidez.

A alta do dólar nas últimas semanas tem como pano de fundo a preocupação com a desaceleração da economia mundial e as incertezas em torno das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos para colocar fim à guerra comercial que se arrasta desde o começo de 2018. O movimento de saída de dólares do país, que enfraquece o câmbio, também contribui para a desvalorização do real.

Em outubro, o déficit nas transações correntes chegou a US$ 7,9 bilhões, maior que os US$ 5,8 bilhões projetados pelo Banco Central (BC) e com o investimento estrangeiro abaixo do esperado.

A menor oferta de moeda no país em meio a contínuas saídas de capital se tornou uma preocupação ainda maior depois da frustração do mercado com o megaleilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal, no último dia 6, no qual praticamente apenas a Petrobras fez lances.

Além disso, a maior tensão social em diversos países na América Latina, em meio a um quadro ainda positivo de bolsas nos Estados Unidos e de mudança na política monetária, com alta da taxa de juros na maior economia do mundo e corte dos juros no Brasil, também contribui para manter afastado um fluxo maior de capital externo para o mercado brasileiro.

G1
Portal Santo André em Foco

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