As vendas de veículos subiram 1,9% em setembro frente ao mesmo mês do ano passado, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (3) pela Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), a associação que representa as concessionárias de automóveis.
No total, 197,7 mil unidades foram vendidas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com agosto, houve queda de 4,8% na comercialização de veículos zero quilômetro, mas esta variação negativa é explicada pelo calendário mais curto de setembro, que teve três dias úteis a menos.
A média por dia útil do mês passado, de 9.900 veículos, foi a segunda melhor desde o início do ano, atrás apenas de julho, quando o mercado, impulsionado pelos descontos patrocinados pelo governo, que se esgotaram em pouco mais de um mês, fez 10.700 unidades a cada dia de venda.
O crescimento das vendas no acumulado do ano está em 8,5%, com 1,63 milhão de veículos zero quilômetro vendidos de janeiro a setembro. Esse crescimento se dá, porém, sobre uma base de comparação comprometida pelas limitações de oferta do ano passado, quando as montadoras foram obrigadas a paralisar diversas vezes a produção por falta de componentes eletrônicos.
Projeção melhor
Com o resultado de setembro, a Fenabrave melhorou a expectativa de vendas neste ano, após resultados que surpreenderam os prognósticos iniciais de estagnação do mercado. A previsão agora é de crescimento de 5,6%, o que, se confirmado, significará vendas de 2,22 milhões de unidades, na soma de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
A projeção anterior, feita em janeiro, apontava para estagnação do mercado em 2,1 milhões de veículos. O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, atribuiu o otimismo às medidas tomadas, em especial os descontos que o governo patrocinou nas vendas de carros, além do aquecimento sazonal do mercado no segundo semestre, sobretudo nos últimos três meses do ano.
Para as vendas de motos, a previsão de crescimento neste ano passou de 9% para 20%, chegando a um total de 1,64 milhão de motocicletas. Andreta Júnior ressaltou que 2023 pode terminar ainda melhor do que as projeções da Fenabrave, caso o governo inclua estímulos ao mercado dentro da nova fase do regime automotivo, chamada de Mobilidade Verde, que está para ser lançada nos próximos dias.
A Fenabrave, conforme relatou seu presidente, levou ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) uma proposta que visa aumento de escala a partir de redução nos preços dos automóveis.
Sem abrir detalhes do plano, o executivo disse apenas que o impacto de reduções de alíquotas ao cofre do Tesouro pode ser compensado pelo aumento das vendas, que leva à maior arrecadação.
Citando a pequena melhora do crédito e a perspectiva de impactos positivos da reforma tributária no setor, o presidente da Fenabrave também demonstrou confiança no desempenho do mercado automotivo em 2024. "Podemos iniciar o ano que vem em um ciclo virtuoso de crescimento", declarou.
Agência Estado
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