O total de saques do dinheiro esquecido em instituições financeiras somaram R$ 342,2 milhões, informou o Banco Central do Brasil nesta segunda-feira (10). A data marca cerca de um mês após a liberação das consultas. Apesar de expressiva, a cifra representa apenas 5,7% dos R$ 6 bilhões em valores a resgatar anunciados pela instituição.
Até o momento, aproximadamente 4,8 milhões de pessoas físicas e empresas solicitaram a devolução de recursos por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), de acordo com balanço do BC. Com os resgates, cerca de R$ 5,658 bilhões seguem disponíveis.
O maior valor sacado por uma pessoa física foi de quase R$ 750 mil. Já por pessoa jurídica, o resgate mais alto foi de R$ 3,3 milhões.
De acordo com o BC, o SVR permanecerá aberto para todos, sem interrupções programadas, para o resgate de valores no sistema financeiro. "Independente do montante, o recurso pertence ao cidadão e deve a ele ser devolvido", afirmou, em nota.
Ao todo, 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de empresas têm cerca de R$ 6 bilhões a resgatar. A página para consulta inicial de dinheiro esquecido está ativa desde o dia 28 de fevereiro. Já o sistema para saque está no ar desde 7 de março.
Memes nas redes sociais
As grandes filas geraram piadas na internet. "Entrei na fila desse negócio de valores a receber do banco central e tem mais de 200 mil pessoas na minha frente, repare só quando chegar minha vez e dizer la que eu vou receber 5 reais", escreveu um dos usuários.
Situação semelhante à da diarista Erica Santos Ferreira, de 37 anos. Ansiosa para descobrir a quantia e fazer a transferência, ela relatou ao g1 a frustração ao se deparar com apenas R$ 0,01 para resgatar.
“Fiquei uma hora na fila e, para a minha surpresa, eu tinha apenas um centavo. Eu imaginei que o valor não fosse tão grande, mas um centavo é meio que sacanagem”, conta Erica.
Os 'sortudos'
O empresário Samuel Mendes, de 39 anos, encontrou o maior valor entre os personagens localizados pelo g1: R$ 4.267,45. Mais curioso: ele revelou que na primeira edição do SVR, no ano passado, encontrou a soma de R$ 1,91. Ele voltou ao SVR depois de ser alertado por amigos que uma nova consulta seria liberada.
"Eu havia me esquecido de um consórcio que tinha comprado e desistido, há mais de cinco anos. O valor pago seria restituído somente no fim do grupo. E agora, estou feliz com essa novidade. Vou investir no meu escritório que estou renovando após a pandemia", conta Samuel.
O carioca Pedro Delforge, de 26 anos, é outro "sortudo". Ele contou ao g1 que foi pego de surpresa com quase R$ 3 mil a resgatar. Delforge foi o primeiro a ser localizado pela reportagem dentro das 643.105 pessoas que têm mais de R$ 1 mil a receber — o que representa 1,37% do total mapeado pelo Banco Central.
"Entrei no sistema por desencargo de consciência. Achei que tivesse uns 10 centavos, mas tinha R$ 3 mil", afirmou.
g1
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